O outro lado da face

A fraude de identidade é quando alguém tenta se passar por você em algum acesso, transação ou compra
Por Redação, editado por Nick Ellis 27/12/2022 22h00
Fraude: o outro lado da face
Fraude: o outro lado da face / Imagem: Rawpixel.com (Shutterstock)
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* Por Guilherme Bacellar

Enquanto um terço da população mundial navega pela internet fazendo logins em plataformas, adquirindo um novo produto ou serviço, ou simplesmente se divertindo com conteúdos nas redes sociais, milhões de profissionais trabalham no combate aos crimes cibernéticos. Eu faço isso há pelo menos 14 anos e posso afirmar que, à medida que avançamos para criar novas barreiras para frear as fraudes, os criminosos já estudam outros meios de burlar os sistemas.

Um estudo global sobre fraudes virtuais divulgado neste mês pela Sumsub mostra que, a cada dez documentos roubados eletronicamente, oito são de identidade. E o Brasil já aparece em décimo lugar em fraudes de identidade no mundo.

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A fraude de identidade acontece quando uma pessoa tenta se passar por você realizando algum tipo de acesso, transação ou compra. No universo físico, clonagem de cartões, perda, furtos ou roubos de documentos e comércio de cadastros de pessoas físicas são os mais comuns. Já no ambiente online, esse tipo de golpe tem como ponto de partida e-mails com links, pop-ups, links compartilhados em grupos, o que chamamos de phishing. Ao clicar, a pessoa acaba compartilhando seus dados, e criminosos se apropriam deles para realizar as fraudes.

Outra modalidade de fraude que vem se tornando cada vez mais comum no meio digital é o deep fake. Os fraudadores utilizam métodos avançados, softwares e inteligência artificial para criar um rosto que não existe. O levantamento da Sumsub apontou o crescimento desse tipo de fraude em todo o mundo ao longo deste ano. Ainda que no Brasil esse método seja pouco utilizado, deixo o alerta, pois a tendência é que eles aumentem por aqui nos próximos anos. De acordo com o estudo, somente uma proteção antifraude robusta com diversas features de segurança será capaz de detectar uma deep fake.

Na Unico, desde 2016, as soluções de identidade digital que utilizam a biometria facial como autenticação vêm evoluindo e ganhando mais camadas de segurança. A prova de vida com interação é uma delas. Para ser validada, o usuário precisa fazer gestos ou movimentos para provar que não é uma imagem estática, um manequim ou um frame de vídeo.

A realidade é que a moeda pode até ter duas caras, mas a nossa face é única e intransferível. Por isso, a biometria facial se torna a maneira mais precisa e rápida para validar a identidade de uma pessoa e detectar possíveis fraudes. Apenas neste ano, essa tecnologia já identificou e freou mais de 4 milhões de tentativas de golpes de identidade aqui no Brasil.

Os cibercriminosos podem ser criativos, mas só existe golpe se houver oportunidade. E, só há oportunidade, se estivermos desatentos ou não estivermos munidos de sistemas de segurança adequados e avançados. E isso vale para pessoas e empresas.

* Guilherme Bacellar é pesquisador de cibersegurança e fraudes da Unico

Imagem: Rawpixel.com (Shutterstock)

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Redator(a)

Redação é redator(a) no Olhar Digital

Nick Ellis
Ex-editor(a)

Nick Ellis foi editor de produtos e reviews do Olhar Digital de 2021 a 2023. Também atuou como editor de veículos e tecnologia do OD, com foco nos mais avançados carros elétricos.