Por que os dinossauros saurópodes tinham uma cauda tão comprida e fina, sempre foi uma dúvida para os paleontólogos. As teorias são de que elas eram para equilibrar com o seu longo pescoço, para cutucar o solo ou como uma “terceira perna” de apoio, como os cangurus fazem para ficar em pé. Além disso, existe outra hipótese, a de que os saurópodes usavam sua cauda como um chicote para se defenderem. 

Agora, uma nova pesquisa feita em parceria com paleontólogos e engenheiros aeroespaciais trabalhou a hipótese de que o chicotear da cauda de um saurópodes do grupo diplocídeos pudesse ser tão rápido a ponto de quebrar a barreira do som. 

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A reconstrução da cauda

O problema era que nenhuma cauda completa de um diplocídeos havia sido encontrada. Para desenvolver a pesquisa foi preciso então reunir a cauda de 5 animais fossilizados do grupo. A partir disso foi adicionado tecidos moles, como peles, tendões e ligamentos. 

Entretanto, a morfologia do tecido mole do interior da cauda ainda continua uma incógnita, já que na fossilização, apenas os ossos e a pele externa são impressos. Esses tecidos internos, portanto, foram construídos baseados na estrutura óssea dos dinossauros. Além disso, a pele foi reconstruída baseada na espessura do couro de um crocodilo.

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O modelo de cauda reconstruído pelos pesquisadores possui 12 metros de comprimento e pesa mais de 1,4 tonelada. Tudo isso preso ao quadril de um diplocídeo e calculado a tensão mecânica que a pele teria que aguentar ao balançar a cauda.

 Mesmo parecendo forte, a pele é coberta por fibras de colágeno. O que apesar de dar elasticidade a ela, também a torna quebradiça quando submetida a altas tensões como um chicotear supersônico. 

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O resultado

Após a reconstrução da cauda, o chicote supersônico foi testado. A cauda não foi capaz de quebrar a barreira do som. Isso aconteceu por causa do atrito das vértebras e músculos e se ela tivesse ultrapassado a barreira do som, com certeza se quebraria.

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O chicote atingiu apenas 30 metros por segundo, a velocidade do som atinge 340 m/s. “Mesmo que o quadril aumentasse muito o movimento da cauda, ​​nossa estimativa da resistência dos tecidos moles não suportaria o movimento supersônico das caudas dos dinossauros” explica Simone Conti, paleontóloga e líder do estudo, no artigo.

Entretanto, mesmo que não atingisse a velocidade do som, a possibilidade da cauda ainda ser usada como um chicote não está descartada. A velocidade atingida de 30 m/s já é suficiente para ser um golpe muito forte.

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