Até hoje, 12 homens pisaram na Lua, todos por meio de missões do Programa Apollo, da NASA. Cada uma dessas missões tem sua importância na história da exploração lunar – e também seus segredos. Uma delas, por exemplo, envolve até um ataque cardíaco (que foi omitido pela agência até mesmo da própria vítima – que nada sentiu).

Astronauta James Irwin saudando a bandeira dos EUA na Lua durante a missão Apollo 15. Imagem: NASA

Não é surpresa que a NASA esconde coisas – e isso não inclui a teoria da conspiração de que o ser humano não pisou na Lua, mas, sim, os sacrifícios que foram feitos para que essa conquista fosse possível.

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Em 26 de julho de 1971, a missão Apollo 15 se tornou a quarta a pousar na Lua, com os astronautas David Scott e James Irwin permanecendo por 66 horas e 54 minutos em solo lunar. 

Os dois caminhavam pela superfície até que o controle da missão examinou os sinais vitais de Irwin e notificou que ele havia sofrido um ataque cardíaco. No entanto, em nenhum momento o astronauta sentiu dor no peito ou manifestou qualquer um dos sintomas habituais.

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Apesar dessa anomalia preocupante, segundo o site Space.com, a NASA optou por não informar a ninguém da tripulação sobre o que havia acontecido, nem mesmo a Irwin. Demorou alguns minutos para que os batimentos cardíacos do astronauta normalizassem, enquanto a missão seguiu conforme planejada. 

Primeiro astronauta da Lua a morrer

Dois anos depois, Irwin teve o segundo ataque cardíaco de uma série ao longo dos anos, até que um foi fatal e o matou, em 1991. Ele tinha 61 anos e se tornou o primeiro e mais jovem “moonwalker” a falecer.

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Segundo a NASA, a opção por não falar nada sobre o comportamento anormal do coração de Irwin foi para que a missão fosse concluída sem que um desespero por parte do astronauta colocasse tudo a perder.

Membros da missão Apollo 15: o comandante David Scott, o piloto do módulo de comando Al Worden e o piloto do módulo lunar James Irwin, que sofreu um ataque cardíaco (arritmia) em solo lunar. Créditos: NASA

Além disso, não houve preocupação por parte dos médicos e cientistas da agência porque Irwin já estava em uma espécie de UTI a bordo de seu traje espacial. Afinal, ele tinha oxigênio controlado, estava em baixa gravidade (o melhor estado para reduzir a pressão sobre o coração) e realizava manobras e esforços necessários para manter o coração controlado.

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Privação de hidratação teria causado o ataque cardíaco 

Quando a situação veio a público, descobriram que o problema cardíaco de Irwin não foi uma coincidência. Um mau funcionamento dos dispositivos de água dos trajes resultou na privação de hidratação, principalmente no caso de Irwin, ao longo das três atividades extraveiculares (EVAs) de até sete horas cada.

Suando muito e com muita sede, Irwin perdeu 5% de seu peso em comparação com sua média pré-voo (indo de 74,3 para 70,8 kg). Segundo o site Megacurioso, essa desidratação teria intensificado o potencial para a elevação de renina-angiotensina (conjunto de peptídeos, enzimas e receptores envolvidos no controle do volume de líquido extracelular e na pressão arterial).

Havia uma predisposição para um déficit significativo de íons de magnésio, que poderia persistir por meses, podendo causar arritmias graves, déficits de potássio e potenciais lesões endoteliais de vasos periféricos e coronários.

Tudo isso compunha a chamada pelos médicos de “Síndrome do Espaço Apollo 15”, caracterizada por dedos inchados muito dolorosos, seguido por vasoespamos periféricos, que poderiam levar a um infarto do miocárdio. 

Além de Irwin, Scott também registrou irregularidades cardíacas na Lua, problema atribuído pelos médicos da NASA a uma deficiência de potássio na dieta alimentar. Em razão disso, os cientistas da agência enriqueceram a comida dos astronautas com o mineral em voos posteriores.

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