Nebulosa brilhando em vermelho é capturada pelo Hubble

A nebulosa está a 7 mil anos-luz de distância e apresenta uma característica impressionante que pode indicar locais de formação de estrelas
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 31/01/2023 09h30, atualizada em 31/01/2023 20h50
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O Telescópio Espacial Hubble fez uma captura impressionante recentemente, de uma nebulosa localizada a 7 mil anos-luz de distância da Terra. A nuvem de poeira e gás é conhecida como Westerhout 5 ou Nebulosa da Alma.

A imagem mostra uma pequena parte da nebulosa brilhando em vermelho. A coloração avermelhada é por causa da emissão de H-alfa. Ela ocorre quando elétrons muito energéticos dentro de átomos de hidrogênio perdem energia, liberando luz dessa cor.

A Nebulosa de Alma, junto com sua parceira a Nebulosa do Coração, a 7500 anos-luz da Terra, formam um complexo nebuloso de 300 anos-luz de comprimento. Elas são unidas por uma ponte de gás e são repletas de estrelas jovens com apenas alguns milhões de anos de idade.

Na imagem feita pelo Hubble, e publicada pela Agência Espacial Europeia (ESA) em dezembro, também é possível ver uma característica impressionante das nebulosas, o glóbulo gasoso de evaporação flutuante livre (frEGG). Ele aparece na captura como uma mancha escura em formato de girino na parte superior esquerda.

Nebulosa de Alma. (Credito: ESA/Hubble & NASA, R. Sahai)

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Glóbulos gasosos em evaporação

Os frEGGs são uma categoria de glóbulos gasosos em evaporação (EGGs). Eles acontecem quando o gás circundante dessas regiões têm seus elétrons arrancados devido a ionização da radiação energética de estrelas jovens e quentes.

Dessa forma o gás se afasta das estrelas, um processo chamado foto evaporação, formando essas manchas escuras no meio da nebulosa. 

O gás nos EGGs é tão denso que a foto evaporação é mais devagar do que nas regiões gasosas próximas a esses locais. Nessas áreas, a densidade é tão grande que é capaz de proteger o gás dentro delas de raios ultravioletas.

Essa proteção e a densidade dos EGGs favorecem a formação de protoestrelas, e consequentemente estrelas. Assim, para os astrônomos, os frEGGs e EGGs podem ser muito interessantes para serem estudados como locais onde ocorreram formação estelar.

A descoberta das regiões de glóbulos gasosos em evaporação em nebulosas aconteceu apenas em 1995. Já os frEGGs são ainda mais recentes e são diferentes dos EGGs por serem separados das regiões gasosas próximas, o que lhe dá o aspecto de girino.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.