A polícia de Memphis, no estado de Tennessee, nos Estados Unidos, divulgou imagens da semana passada de 5 de seus agentes espancando Tyre Nichols. Outros vídeos chocantes vieram de uma câmera de segurança que faz parte da rede de vigilância da cidade, chamada SkyCop. 

São 2.100 câmeras distribuídas que transmitem a imagem para um centro de comando policial a cada minuto. A empresa responsável se promove como uma “poderosa ferramenta anti-crimes”. 

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A cidade investiu US$10 milhões para expandir seu sistema de segurança. Porém, apesar das promessas, o crime aumentou em Memphis. A morte de Tyre Nichols reacendeu o debate sobre o tema.

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“A vigilância não previne o crime, nem mesmo o crime policial”, disse Andrew Guthrie Ferguson, professor da American University Washington College of Law. “Esses policiais sabiam que estavam diante das câmeras e ainda assim fizeram isso” – concluiu em contato com o The Washington Post.

A diferença da SkyCop para as câmeras de segurança tradicionais é que, por não terem um sistema fechado, elas permitem que policiais rastreiem e persigam suspeitos ao vivo. No entanto, não há nenhuma evidência de que esta tecnologia realmente reduza a violência nas cidades. Além disso, as imagens reproduzidas são quase exclusividade da polícia, segundo o The Washington Post

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câmera

Uma parte da população questiona se os gastos com o equipamento e sua instalação valeram a pena. As câmeras foram mencionadas em menos de 3% dos mais de 74 mil relatórios criminais arquivados em 2021, incluindo apenas um dos 228 assassinatos, segundo a investigação do Daily Memphian naquele ano.

O caso 

Tyre Nichols, de 29 anos, levou chutes, socos e foi agredido com um cassetete por policiais no dia 7 de janeiro. O homem negro estava desarmado e gritava pela sua mãe, que estava em sua casa, a menos de 100 metros do crime. Ele veio a falecer 3 dias depois do ocorrido. 

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Os 5 agressores, agora ex-policiais, também são negros e estão enfrentando acusações por:

  • Assassinato de segundo grau;
  • Sequestro;
  • Agressão grave.

Ao que tudo indica, tudo começou com uma parada no trânsito que os ex-policiais acharam imprudente. A ambulância demorou cerca de 22 minutos para chegar ao local depois que os oficiais da polícia anunciaram que ele estava sob custódia. 

“Descobrir que meu filho estava chamando meu nome e eu estava a poucos metros de distância e nem mesmo o ouvi – você não tem ideia de como me sinto agora”, disse a mãe de Nichols, RowVaughn Wells, na sexta-feira. “Meu filho me amou até a morte e eu o amei até a morte .”

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