A Tesla divulgou um comunicado negando que a recente demissão de dezenas de funcionários de sua fábrica de Buffalo, em Nova York, seja devido à campanha sindical de alguns trabalhadores. De acordo com a companhia de Elon Musk, a acusação é “falsa” e o real motivo para a dispensa foi o baixo desempenho dos colaboradores. 

  • A Tesla demitiu cerca de 27 funcionários e foi acusada de elaborar isto como retaliação pela formação de uma organização sindical; 
  • As demissões ocorreram um dia depois que os trabalhadores lançaram uma campanha para formar um sindicato; 
  • Uma reclamação em relação a isto foi apresentada a uma agência governamental; 
  • O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, já se manifestou diversas vezes contra sindicatos. 

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A empresa automotiva explicou ser padrão a realização de avaliações de desempenho na Tesla. Os funcionários são avaliados numa escala de 1 a 5 e, caso não atendam às expectativas, são demitidos. O processo de revisão ocorre globalmente, inclusive na América do Norte, Europa, China, etc., não estando localizado apenas em Buffalo, destacou a companhia.  

Os funcionários impactados foram identificados em 3 de fevereiro de 2023, bem antes do anúncio da campanha sindical. Ficamos sabendo da organização das atividades aproximadamente 10 dias depois. Aprendemos em retrospectiva que um dos 27 funcionários impactados foi oficialmente identificado como parte da campanha sindical. [mas] Este exercício é anterior a qualquer campanha sindical. 

Explicou a Tesla em um trecho do documento
tesla
Imagem: Shutterstock

Em entrevista recente à Bloomberg, funcionários da Tesla explicaram que a associação ao sindicato visava melhores salários e segurança no emprego, além de uma redução nas pressões de produção que, segundo eles, são prejudiciais à saúde — alguns revelaram que a Tesla monitora tudo na fábrica, como o tempo que gastam em cada tarefa. Como isso é considerado nas avaliações de desempenho, muitos deixam até de ir ao banheiro para não reduzir a produção. 

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“As pessoas estão cansadas de serem tratadas como robôs”, disse Al Celli, membro do comitê organizador do sindicato. 

Em seu pronunciamento, a Tesla também se defendeu da acusação de estar prejudicando a saúde de seus funcionários. A empresa disse que o objetivo do monitoramento de tempo é focado apenas em “melhorar o uso do software de rotulagem”.  

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“Como seu objetivo é calcular quanto tempo leva para rotular uma imagem, não há nada a ganhar atrasando as idas ao banheiro. A alegação de que a Tesla pressiona os funcionários a fazer isso é categoricamente falsa.” 

A ideia de um sindicato surgiu, segundo funcionários, após a companhia fechar um canal de comunicação interna no qual os trabalhadores podiam expor suas queixas. Vale lembrar ainda que, em 2018, o também dono do Twitter e SpaceX admitiu abertamente em um tweet sua oposição aos sindicatos. 

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Com informações do Engadget

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