Detecta: como funciona o sistema de monitoramento burlado pelo PCC

Por William Schendes, editado por Bruno Capozzi 24/03/2023 17h10, atualizada em 24/03/2023 17h22
Detecta
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Conforme apurou uma investigação da Polícia Federal, o Primeiro Comando da Capital (PCC) tinha informações do Detecta, o programa de inteligência e monitoramento por câmeras do governo de São Paulo.

Leia mais:

Nas mensagens de áudio obtidas pela polícia, um suspeito pede informações sobre uma viatura através do Detecta.

“Parceiro, precisava saber aonde (sic) esse carro andou [de] sábado até hoje. Consegue dar uma força pra mim pra vê no Detecta lá”, disse o suspeito.

O sistema foi implantado pelo Governo do Estado de São Paulo em 2014. Ele foi desenvolvido pela Microsoft e se inspirou no Domain Awareness System, utilizado pela cidade de Nova Iorque.

Atualmente o sistema tem mais de 3 mil câmeras instaladas em cerca de 1.500 pontos do estado de São Paulo.

Como funciona?

O Detecta é um sistema integrador de informações que auxilia na tomada de decisões das polícias Militar, Civil e Científica em atividades operacionais e investigativas com:

  • Acesso a bancos de dados de diversas instituições;
  • Correlação de informações e imagens de locais, pessoas e veículos;
  • Apoio em ações policiais coordenadas.

Quais equipamentos integram o sistema

Na cartilha de adesão do sistema do Governo de São Paulo, são descritos alguns equipamentos que podem ser integrados ao Detecta. Confira:

  • Equipamentos de Leitores Automáticos de Placas (LAP): permitem detectar passagem de veículos por vias;
  • Imagens de videomonitoramento: imagens de câmeras de segurança analisadas por uma central de videomonitoramento;
  • Vídeo Analítico (VA): ferramenta que analisa rapidamente imagens de câmeras de segurança para identificar eventos suspeitos.

Quais dados são armazenados no Detecta

O sistema usa funções de big data e business intelligence para integrar dados das polícias Civil e Militar, além de diversos bancos — como o Registro Digital de Ocorrências (RDO), Instituto de Identificação (IIRGD), Sistema Operacional da Polícia Militar (SIOPM-190), Sistema de Fotos Criminais (Fotocrim) e Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do Detran.

O Olhar Digital entrou em contato com o Governo de São Paulo, segue a nota:

A Secretaria da Segurança Pública determinou a investigação rigorosa dos fatos pela Polícia Civil. O inquérito policial foi instaurado pela 4ª Delegacia da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), do Deic, que apura o crime de invasão de dispositivo informático. Se confirmada qualquer irregularidade, o responsável será levado à Justiça, onde será responsabilizado criminalmente.

Com informações de Governo do Estado de São Paulo (1 e 2) e UOL.

Imagem destaque: Reprodução Governo do Estado de São Paulo.

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Jornalista em formação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Mesmo com alguns assuntos negativos, gosta ficar atualizado e noticiar sobre diferentes temas da tecnologia.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.