É comum que, ao observar embalagens e produtos, as palavras “Made in China” ou “fabricado na China” estejam estampadas. A razão para isso é que a economia chinesa se transformou em uma potência industrial durante as últimas décadas, prosperando com a fabricação para exportação.
Marcas chinesas, como Xiaomi e Huawei, recentemente passaram a crescer na indústria mundial de tecnologia, exportando produtos eletrônicos de ponta – junto do baixo valor que estamos acostumados a ver em produtos manufaturados no país.
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O que torna os eletrônicos chineses mais baratos?
Dentre os muitos equívocos sobre o assunto, a primeira coisa que vem à mente para responder a pergunta acima é a “mão-de-obra barata”. Entretanto, como os salários no país têm aumentado cerca de 15% ao ano desde 2006 e, antes disso, já vinham aumentando consistentemente desde os anos 80, o custo da mão-de-obra não deveria ser considerado o maior motivo para os preços baixos.
Em contrapartida, a produtividade da força de trabalho na China é consideravelmente maior do que em muitos outros países, em partes devido a ênfase em programas de desenvolvimento de habilidades de seus trabalhadores. A área de pesquisa e desenvolvimento também é muito forte na China, alguns fabricantes chineses estudam as importações a partir da engenharia reversa, desconstruindo produtos populares em vários países e emulando o projeto para fabricar o produto em grandes quantidades.
Os produtos chineses são baratos, sobretudo, devido à produção em massa, o que reduz significativamente o custo do produto final. Além disso, a China fez um enorme investimento na construção da infraestrutura necessária para aumentar a produtividade, o que inclui investimentos em geração de eletricidade e serviços portuários.
Deste modo, ao tornar a exportação mundial mais rápida e barata, as indústrias da China propositalmente focaram no e-commerce, eliminando os altos custos que envolvem manter instalações comerciais em outros países.
Além disso, a China é conhecida por ter controle sobre o valor de sua moeda, direcionando o crescimento de sua indústria. Isso significa que, a partir da política planejada de manipulação do seu dinheiro, colocando o yuan chinês como fraco em relação ao dólar dos EUA, o governo mantém a competitividade de seus produtos para exportação.
A política de redução de impostos de exportação, que começou a anular a dupla tributação sobre as mercadorias exportadas em 1985, também foi um movimento do governo para aumentar a competitividade de suas exportações. Os bens de consumo na China também são isentos de imposto de importação, ajudando a manter o custo de produção baixo e atraindo investidores.
Eletrônicos chineses no Brasil
A aproximação comercial entre a China e o Brasil, que começou nos ano 90 e, mais tarde, fez do país asiático nosso maior parceiro comercial, é outro fator importante para que os valores da importação e exportação de produtos sejam mais baixos entre as nações.
Nas últimas semanas, os bancos centrais do Brasil e da China fecharam um acordo que elimina a liquidação de câmbio, ou seja, a conversão das moedas da negociação para o dólar. Assim, as operações comerciais entre os dois países podem passar a ocorrer por meio de uma plataforma de compensações, diretamente de reais para yuan e vice-versa, criando mais uma perspectiva de diminuição para os preços.
Não esqueça que, antes de escolher qual eletrônico comprar, independente de seu país de origem, comparar preços entre marcas e buscar reviews de produtos similares é o que faz de qualquer compra um sucesso.
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