Lula: “Não tem game falando de amor. Tem game ensinando a matar”

O governo federal realizou nesta terça-feira (18) uma reunião para discutir o discurso de ódio nas redes sociais.
Por Bruno Capozzi, editado por Carolina Martins 18/04/2023 13h15, atualizada em 18/04/2023 21h43
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta terça-feira (18) com ministros, governadores e chefes dos poderes Legislativo e Judiciário. O encontro foi realizado no Palácio do Planalto e tratou do uso de redes sociais para o discurso de ódio.

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A discussão é prioridade no governo depois dos recentes ataques em escolas. Quatro crianças morreram em Blumenau e uma professora foi assassinada em outro atentado em São Paulo. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que 756 perfis em diferentes plataformas digitais foram retirados nos últimos dez dias por estimular ações violentas em unidades escolares.

O presidente Lula fez alertas sobre a dificuldade de enfrentar essa violência:

O fato novo é que invadiram o lugar que, para nós, é tido como um lugar de segurança. É verdade: toda mãe, quando leva o filho a uma escola, ou leva um filho uma creche, e ela deixa o filho lá, ela tem certeza que o filho está seguro. Isso ruiu. Nós temos um instrumento avassalador. Não é o telefone celular que é ruim. Ele é ótimo. Agora, as redes, nós não deveríamos chamar de redes sociais, deveríamos chamar de redes digitais. E tem a rede digital do bem e a rede digital do mal. E há uma predominância da chamada rede digital do mal.

O presidente da República também criticou o papel das big techs no combate às fake news e discurso de ódio:

As chamadas plataformas, as chamadas grandes empresas que ganham dinheiro com a divulgação da violência, estão cada vez mais ricas. Alguns têm os empregados mais ricos do planeta Terra. E continuam divulgando qualquer mentira, não tem critério. Por isso, eu resumiria essa reunião na frase do Alexandre de Moraes: as pessoas não podem fazer na rede digital aquilo que é proibido na sociedade. Não é possível que eu possa pregar o ódio na rede digital, que eu possa ficar fazendo propaganda de arma, ensinando criança a atirar.

Na fala de Lula, houve questionamento também aos games. O presidente criticou o tipo de jogo que é oferecido às crianças e aos adolescentes:

Quando meu filho tem 4 anos e ele chora, o que eu faço para ele? Dou logo um tablet para ele brincar. Ensino logo um joguinho. Não tem jogo, não tem game falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. É cada vez muito mais mortos do que na Segunda Guerra Mundial. É só pegar o jogo da molecada, o meu filho, o filho de cada um de vocês. O meu neto, o neto de cada um de vocês (…) Eu duvido que tenha um moleque de 8, 9, 10,12 anos, que não esteja habituado a passar grande parte do tempo jogando essas porcarias.

Investigações

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, divulgou hoje um relatório sobre as ações do governo para prevenir a violência nas escolas nos últimos dez dias. Segundo o balanço apresentado, 225 pessoas foram presas ou apreendidas em casos relacionados a planos ou ações de violência no ambiente escolar.

Além disso, 1.224 casos estão sob investigação em núcleos policiais em todo o país e 694 adolescentes e suspeitos foram intimados a prestar depoimento. Confira outros números apresentados:

  • 155 operações de busca e apreensão realizadas
  • 1.595 boletins de ocorrência foram registrados em unidades policiais
  • 756 perfis foram removidos ou suspensos por plataformas como Twitter e TikTok
  • 7.473 denúncias recebidas no canal exclusivo do Ministério, o Escola Segura

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Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.

Carolina é Publicitária, pós-graduada em Marketing Digital e integrou times de marketing e criação como Embraer e Tecnoblog. Nas horas vagas faz crossfit, corre, joga e come lanches por aí.