Microsoft critica o bloqueio da fusão com Activision

Brad Smith, presidente da empresa, disse que decisão abalou mercado tech do Reino Unido; regulador do país rebateu
Tamires Ferreira27/04/2023 08h32
Microsoft e Activision
Imagem: shutterstock/FellowNeko
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Após a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA), regulador antitruste do Reino Unido, bloquear a compra da Activision Blizzard pela Microsoft, o presidente da big tech, Brad Smith, criticou a decisão dizendo que o capítulo na negociação “abalou a confiança na indústria de tecnologia do Reino Unido”. 

O que aconteceu? 

  • A CMA anunciou na quarta-feira (26) que decidiu bloquear a compra da Activision pela Microsoft por US$ 67,7 bilhões devido o acordo gerar um monopólio e prejudicar o mercado de jogos na nuvem; 
  • O órgão apontou que a Microsoft já controla de 60% a 70% de fatia de participação no segmento e adicionar controle sobre títulos populares, como Call of Duty, daria uma vantagem significativa a empresa, enfraquecendo “substancialmente a concorrência”; 
  • Smith se pronunciou nas redes sociais garantindo que a companhia continuará comprometida com a aquisição. Ele também falou à rádio BBC. 

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Em entrevista à BBC, o executivo da Microsoft disse ainda que esse foi “provavelmente o dia mais sombrio em nossas quatro décadas na Grã-Bretanha”. 

Se o governo do Reino Unido quer atrair investimentos, se quer criar empregos… [a] mensagem que o Reino Unido acaba de dizer ao mundo é clara — a União Europeia é um lugar mais atraente para começar um negócio do que o Reino Unido. 

Presidente da Microsoft, Brad Smith, à rádio BBC. 

Em resposta ao descontentamento do CEO, a executiva-chefe da CMA, Sarah Cardell, esclareceu que o papel do regulador é garantir que a Grã-Bretanha seja um ambiente competitivo para que as empresas possam crescer e prosperar. Ela também reforçou que o desfecho foi baseado em análises e defendeu a decisão do órgão. 

Isso é importante para os consumidores e empresas do Reino Unido e são esses consumidores e empresas do Reino Unido que a CMA está aqui para proteger. A decisão que a CMA toma é uma decisão independente, que tomamos ao analisar uma avaliação geral do impacto do acordo na concorrência, e achamos que é a decisão certa para o Reino Unido. 

Sarah Cardell, executiva-chefe da CMA, à rádio BBC. 

Cardell acrescentou ainda que as considerações que resultaram na decisão do bloqueio também são as mesmas da Comissão Federal de Comércio dos EUA, com a análise não se restringindo apenas ao Reino Unido. A declaração pode significar que possivelmente o acordo também seja bloqueado pelo órgão antitruste americano. 

A Microsoft irá apelar da decisão, o que atrasará os planos de tentar fechar o negócio em julho. Se a contestação falhar ou não conseguir a aprovação de outros reguladores, a companhia terá que pagar US$ 3 bilhões em taxas de rescisão à Activision. 

Com informações da BBC e Reuters

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Tamires Ferreira
Redator(a)

Tamires Ferreira é jornalista formada pela Fiam-Faam e tem como experiência a produção em TV, sites e redes sociais, além de reportagens especiais. Atualmente é redatora de Hard News no Olhar Digital.