Pesquisadores da Linköping University e KTH Royal Institute of Technology inventam primeiro transistor de madeira. Imagem: Thor Balkhed / Linköping University
Transistores são uma das invenções mais importantes da história da tecnologia e têm sido essenciais para a evolução da eletrônica moderna. Eles são amplamente utilizados em dispositivos portáteis (como smartphones e notebooks), fontes de alimentação, carros modernos, entre outros.
Durante a pandemia de Covid-19, os transistores estiveram no centro da crise de semicondutores. Isso porque eles são um dos componentes eletrônicos fundamentais na fabricação desses chips, juntamente com outros elementos, como capacitores e resistores.
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Apesar de terem sido criados há quase cem anos, eles ainda são considerados uma das invenções mais importantes para a humanidade. Agora, pesquisadores da Universidade de Linköping e do Instituto Real de Tecnologia KTH, ambos localizados na Suécia, desenvolveram o primeiro transistor elétrico do mundo feito de madeira, tornando-se uma opção mais sustentável e biodegradável.
Em testes anteriores, os transistores feitos de madeira conseguiram regular apenas o transporte de íons. Mas, quando os íons acabaram, o transistor também parou de funcionar. Já o transistor desenvolvido pelos pesquisadores de Linköping consegue funcionar continuamente e regular o fluxo de eletricidade sem se deteriorar.
Criamos um princípio sem precedentes. Sim, o transistor de madeira é lento e volumoso, mas funciona e tem um enorme potencial de desenvolvimento.
Isak Engquist, professor associado sênior do Laboratório de Eletrônica Orgânica da Universidade de Linköping.
Para construir este novo transistor, os pesquisadores utilizaram uma madeira conhecida como pau-de-balsa, pois precisavam de uma matéria-prima que fosse estruturada uniformemente – isto é, sem grãos.
Depois, eles removeram a lignina – uma macromolécula da planta que dá rigidez aos tecidos vegetais – e deixaram apenas longas fibras de celulose com canais. Então, esses canais foram preenchidos com um plástico condutor chamado de PEDOT:PSS, resultando em um material de madeira eletricamente condutor.
Com o material em mãos, os pesquisadores construíram o transistor de madeira e puderam demonstrar que ele é capaz de regular a corrente elétrica e fornecer função contínua em um nível de saída selecionado. Ele também ligava e desligava a energia, ainda que com um certo atraso.
Não criamos o transistor de madeira com nenhuma aplicação específica em mente. Fizemos porque podíamos. Esta é uma pesquisa básica, mostrando que é possível, e esperamos que inspire mais pesquisas que possam levar a aplicações no futuro.
Isak Engquist
Via Linköping University.
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Esta post foi modificado pela última vez em 2 de maio de 2023 21:29