Um artigo publicado semana passada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society descreve o estudo feito por uma equipe de pesquisadores do Observatório Nacional (ON/MCTI), que identificou 28 estrelas de alta velocidade na Via Láctea usando dados do levantamento fotométrico Javalambre Photometric Local Universe Survey (J-PLUS). 

De acordo com um comunicado do ON, as estrelas analisadas têm velocidades galactocêntricas (velocidade em relação ao centro da galáxia) maiores que 400 km/s e se presume que estejam relacionadas a fenômenos astrofísicos extremos.

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Foram descobertas 28 estrelas de alta velocidade na Via Láctea graças a um estudo liderado por cientistas do Observatório Nacional. Crédito: Ovchinnkov Vladimir – Shutterstock

Estrelas de alta velocidade são um subconjunto raro, mas importante, de estrelas que se movem pela galáxia em velocidades superiores a 100 km/s. Elas estão frequentemente associadas a acontecimentos como explosões de supernovas, interação de estrelas binárias com buracos negros ou até mesmo ondas gravitacionais.

Os autores do estudo combinaram dados fotométricos do J-PLUS com dados astrométricos do catálogo Gaia DR3 para analisar a cinemática, dinâmica e parâmetros estelares fundamentais dessas estrelas. 

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Os resultados indicam que a maioria das 28 estrelas tem comportamento e propriedades típicas de estrelas de halo, enquanto algumas delas podem estar relacionadas à população do disco espesso.

Além disso, o estudo também sugere que algumas das estrelas de halo podem pertencer a estruturas conhecidas que surgiram de fusões de galáxias anãs com a Via Láctea no passado, como a estrutura Gaia-Enceladus/Sausage e a estrutura Sequoia.

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Segundo os pesquisadores, essa descoberta traz informações valiosas sobre a formação e evolução da Via Láctea e o papel que essas estrelas de alta velocidade desempenham na compreensão da história da galáxia.

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O J-PLUS é um levantamento fotométrico de campo amplo que tem como objetivo mapear o universo local usando um sistema de filtros em 12 bandas do espectro óptico visível. A alta sensibilidade e resolução tornam a ferramenta ideal para estudar as propriedades das estrelas da Via Láctea. O levantamento faz parte de uma colaboração bilateral entre o Brasil e a Espanha, que envolve também pesquisadores de mais 20 países.

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