Um exoplaneta distante da Terra pode contar com a presença de um metal raro por aqui. Embora sua ocorrência na crosta terrestre seja duas vezes maior do que a prata, o térbio nunca foi encontrado livre na natureza, mas sim contido em outros minerais. No entanto, ele está girando livremente em uma nuvem de metal vaporizado em KELT-9b, um dos mais selvagens planetas já encontrados na Via Láctea.

Uma série de características incomuns podem ser percebidas nesse planeta, e essa descoberta o deixou ainda mais interessante, sendo a primeira vez que o térbio é detectado fora da Terra 

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O exoplaneta está localizado a cerca de 670 anos-luz de distância da Terra e é considerado um Júpiter quente, um gigante gasoso que orbita muito próximo da sua estrela. Nesse caso, uma supergigante azul em uma rota que dura apenas 1,48 dias terrestres.

Essa proximidade está literalmente vaporizando tudo em KELT-9b em temperaturas superiores a 4300 graus Celsius, mais quente que a superfície de 80% das estrelas conhecidas

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Para analisar a atmosfera do exoplaneta, os pesquisadores observaram a luz da estrela em diferentes comprimentos de ondas que passavam por ela sendo absorvida e reemitida ao longo de muitas órbitas. Ao visualizar as partes mais brilhantes e escuras, os cientistas conseguiram determinar quais elementos existiam por lá.

Inicialmente, em 2018, foi detectada a presença de ferro e titânio vaporizados na atmosfera de um planeta e, em 2019 foi a vez do sódio, magnésio, cromo e metais de terras raras, escândio e ítrio serem detectados no KELT-9b.

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Agora, na análise que está disponível na arXiv, foi confirmada a presença desses elementos e detectaram outros elementos, como o vanádio, bário, estrôncio e níquel, mas o térbio foi a verdadeira surpresa.

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O elemento térbio

Além do térbio não ser encontrado livre na Terra, ele é forjado sob condições violentas, como uma explosão de supernova ou uma colisão entre duas estrelas de nêutrons, podendo contar algo sobre a história do exoplaneta e sua estrela.

Os cientistas estimam que tanto KELT-9b como a estrela supergigante azul se formaram há cerca de 300 milhões de anos atrás, um sistema jovem. Para conter elementos tão pesados quanto os encontrados no exoplaneta, eles provavelmente se formaram a partir de elementos ejetados de eventos violentos.

Como esses eventos violentos acontecem apenas no fim da vida de uma estrela, os elementos pesados presentes no universo aumentam com o tempo. Dessa forma os sistemas mais jovens possuem maior quantidade e uma maior variabilidade desses materiais.

No entanto, a pesquisa vai além de detectar elementos em um exoplaneta, os pesquisadores acreditam que esse estudo é uma etapa para aprender sobre a atmosfera de outro planeta, e usar esse conhecimento para aprimorar telescópios que no futuro poderão ser utilizados para detectar bio assinaturas em planetas alienígenas.

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