Necrópole grega é descoberta no subsolo de Nápoles

A necrópole esta a cerca de 10 metros do nível do solo atualmente
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 04/05/2023 09h04, atualizada em 04/05/2023 19h53
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( a ) Fragmentos de câmaras funerárias gregas e ( b ) Ipogeo dei Melograni decorado com afrescos de frutas ao longo das paredes ( c ) Togati - fragmento de alto relevo com cena de despedida fúnebre ( d ) câmara 8 da Fig. 1 1 com restos de afrescos na parede norte descritos pelo arqueólogo napolitano Michele Ruggiero em 1888. (Credito: Valeri Tioukov et.al)
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Um grupo de pesquisadores identificou sob as ruas de Nápoles, na Itália, uma necrópole de 2,5 mil anos utilizada pelos cristãos e antes disso pelos gregos que colonizaram a região. Com ajuda de tecnologia de ponta, o local que já era conhecido por especialistas anteriormente, mas nunca escavado, foi observado pela primeira vez.

A pesquisa foi realizada no bairro de Rione Sanità, e os pesquisadores encontraram restos mortais de gregos do período helenistico – século 6 a 3 a.C – e catacumbas de cristãos que datam do período romano, a quase 2 mil anos atrás.

De acordo com o estudo recentemente publicado na revista Scientific Reports, os restos da antiga Nápoles, como edifícios, ruas, aquedutos e necrópoles estão enterrados sob a cidade moderna a cerca de 10 metros abaixo do nível atual do solo. Por causa disso, o local nunca foi escavado, a fim de evitar danos às estruturas acima dele.

O pouco que se sabe sobre a cidade enterrada é devido a estruturas subterrâneas construídas posteriormente, como cisternas no século 16 e abrigos antibombas da Segunda Guerra Mundial, que permitem o acesso.

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Tecnologia de ponta para observar a Necrópole

Para conseguirem visualizar o interior da necrópole, os pesquisadores utilizaram uma tecnologia conhecida muografia, que mede a passagens de múons, partículas subatômicas semelhantes ao elétrons, só que mais pesadas, para formar imagens.

As imagens são criadas a partir de emulsão nuclear, onde um filtro super sensível é utilizado para capturar as partículas carregadas e visualizar o caminho feito por elas. No entanto, a técnica é um pouco difícil de ser aplicada, porque os múons vem de cima sendo necessário que o filtro seja colocado abaixo do nível dos objetos observados.

Dessa forma, os pesquisadores colocaram os receptores a 18 metros de profundidade por 28 dias em um porão que foi construído no século 19 para envelhecer presunto. Durante esse período, o filtro capturou cerca de 10 milhões de múons.

Para complementar a análise da necrópole, ainda foi feita uma varredura a laser 3D, que foi cruzada com o fluxo de múons. Essa combinação resultou na descoberta de uma câmara funerária de 2 por 3,5 metros.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.