Uma deepfake é uma tática de manipulação de imagens, vídeos e sons, a qual utiliza mecanismos de Inteligência Artificial para inserir uma pessoa dentro de um contexto ao qual ela não pertence originalmente. Ou seja, é possível inserir o seu rosto no vídeo de uma pessoa que cometeu um crime e foi filmado por uma câmera de vigilância, por exemplo. Desta forma, quem visse o vídeo alterado pensaria que você cometeu o crime, ao invés de perceber que a mídia foi alterada. Confira mais informações a seguir.

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O que são as deepfakes e como se conectam às IAs?

As deepfakes podem ser consideradas como técnicas avançadas de edição automatizada de imagem e podem colocar o rosto de uma pessoa no corpo de outra. Esta edição se torna um vídeo “real”, em que os movimentos corporais e labiais do usuário editado podem ser sincronizados, a fim de transmitir uma mensagem com um propósito específico.

Um grande exemplo é possibilidade de o rosto de um político X ser anexado no corpo de uma pessoa Y, a qual se comporta de maneira preocupante e dissemina discursos contrários a qualquer coisa que a vítima diria normalmente. A edição é feita de maneira completamente automatizada pelas inteligências artificiais, que escaneiam o rosto de uma pessoa e o sincroniza no corpo de outra para criar o vídeo falso.

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O que são deepfakes e qual a relação com inteligência artificial?
Uma deepfake que pegou muitos de surpresa no início de 2023 foi uma imagem do Papa Francisco, “flagrado” com um modelo de casaco “fashion” enquanto andava pela rua (Reprodução/Redes Sociais)

Essa tática de substituição de rostos não é algo novo, porém, ela costumava ser realizada de forma manual. Agora, inteligências artificiais utilizam mecanismos específicos, como o “Machine Learning”, para auxiliar na troca de rostos de forma automatizada –– o que torna o software algo muito mais preocupante ao cair nas mãos de pessoas ruins.

De início, a técnica costumava ser mais complicada e demandava conhecimentos específicos do usuário para manipular algoritmos e códigos de computador. Contudo, já é possível encontrar sites e aplicativos que fazem o serviço de maneira automática e que apenas requerem, por exemplo, que você envie uma foto de perfil do rosto de alguém. Desde a popularização desses programas, diversos vídeos de conteúdo adulto viralizaram na web, mostrando os rostos de famosos como personagens de mídias pornográficas.

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Deepfake de Barack Obama
Site mostra um modelo de deepfake, a qual troca o ator Morgan Freeman por Barack Obama no filme “Um Sonho de Liberdade” (Reprodução: Deepfakes.web)

Para além do conteúdo adulto, nomes como Barack Obama e Mark Zuckerberg estão entre os famosos que detém uma lista de vídeos falsos com os seus rostos. Geralmente, os usuários anexam os rostos das celebridades em personagens de filmes e séries, como se as vítimas realmente tivessem participado destas produções.

Além disso, as táticas de deepfake também abrangem a produção de áudios e imagens, que podem simular as características únicas de um indivíduo e colocarem-no em situações constrangedoras, por exemplo. Áudios falsos, por exemplo, são facilmente disseminados por aplicativos mensageiros como o WhatsApp e podem enganar muitas pessoas.

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De forma geral, as deepfakes são muito perigosas, pois edições bem desenvolvidas podem falsificar vozes de pessoas reais para fazê-las dizer algo ruim ou criminoso, criar álibis falsos para pessoas sob investigação, falsificar evidências criminais, etc.

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