Vacina brasileira anticocaína concorre a prêmio internacional de inovação

Reconhecimento pode ajudar no avanço dos testes em humanos
Tamires Ferreira16/05/2023 13h18
vacina anticocaína
Imagem: reprodução/UFMG
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A vacina para o tratamento da dependência em cocaína e crack, em desenvolvimento na Faculdade de Medicina da UFMG, é finalista do Prêmio Euro Inovação na Saúde, reconhecimento patrocinado pela Eurofarma e voltado para o avanço da tecnologia na medicina. 

  • O Prêmio Euro Inovação na Saúde está em sua segunda edição; 
  • Serão contemplados três vencedores em quatro categorias diferentes; 
  • A vacina anticocaína e crack concorre na categoria Inovação Tecnológica Aplicada em Saúde. Os vencedores concorrem ao prêmio de Grande Destaque; 
  • A votação, que é online e aberta apenas para médicos, está disponível em 17 países da América Latina. 

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Segundo a UFMG, o projeto já concluiu as etapas pré-clínicas, em que foi constatada segurança e eficácia para tratamento da dependência. 

Atualmente, não existem tratamentos do tipo registrados em agências regulatórias para essas condições — a não ser opções de tratamentos comportamentais ou com medicamentos para tolerar a abstinência ou diminuir a impulsividade. 

Esse é um problema prevalente, vulnerabilizante e sem tratamento específico. Os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia da vacina nesta aplicação. Ela aporta uma solução que permite aos pacientes com dependência se reinserir socialmente e voltar a realizar seus sonhos. 

Frederico Garcia, professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina e pesquisador responsável. 

Como funciona a vacina anticocaína? 

Conforme explicação do portal oficial da UFMG, o medicamento “induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica”. 

Demonstramos a redução dos efeitos, o que sugere eficácia no tratamento da dependência. Pensamos em utilizar o fármaco para evitar recaídas em pacientes que estão em tratamento, dando mais tempo para eles reconstruírem sua vida sem a droga. 

Em testes com camundongos gestantes, o remédio impediu ainda a ação da droga sobre a placenta e o feto. “Observamos menos complicações obstétricas, maior número de filhotes e maior peso do que as não vacinadas”. 

O projeto, inteiramente desenvolvido com recursos governamentais, busca agora financiamento para avançar até a etapa com humanos.  

Para restaurar a liberdade das pessoas com dependência e prevenir as consequências fetais precisamos dar início nos estudos com humanos. Acreditamos que o prêmio Euro pode viabilizar esse sonho. 

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Tamires Ferreira
Redator(a)

Tamires Ferreira é jornalista formada pela Fiam-Faam e tem como experiência a produção em TV, sites e redes sociais, além de reportagens especiais. Atualmente é redatora de Hard News no Olhar Digital.