O plano da BYD para o Brasil vai além dos elétricos; entenda
(Imagem: Robert Way/Shutterstock)
Ao contrário de como ficou conhecida, a BYD vai além dos veículos elétricos. A empresa, a principal concorrente da Tesla nesse setor, escolheu investir no Brasil ainda em 2015. Pode ser que seja agora, em 2023, que a companhia finalmente terá as condições para crescer e expandir o mercado brasileiro.
Assim como a Tesla, a BYD produz e ficou conhecida pelos seus veículos elétricos. Porém, ela é uma empresa de transição energética, que desenvolve e vende chassis para ônibus elétricos, caminhões elétricos e empilhadeiras, baterias (inclusive, fornece para a Tesla), inversores e painéis solares.
Além disso, a companhia investe em pesquisa e desenvolvimento, inclusive em solo brasileiro.
Novo governo
Presente no mercado brasileiro há oito anos, pode ser que a BYD tenha encontrado sua chance para prosperar: diferente do governo Bolsonaro, o governo Lula colocou a transição energética como uma de suas prioridades.
Ainda, ao contrário do ex-presidente, Lula procura estreitar relações com a China, um parceiro comercial estratégico, ao invés de rechaçá-la.
Essa é a oportunidade para empresas chinesas, que são ávidas por novos mercados, se inserirem no contexto nacional.
A BYD não chegou a divulgar o volume de investimentos no Brasil em 2023, mas já conta com mais de 600 funcionários e três fábricas (de chassis de ônibus elétricos, painéis fotovoltaicos e baterias) por aqui.
Além disso, a empresa se prepara para começar a montar seus veículos elétricos nacionalmente.
A BYD doou recursos para um laboratório de pesquisa em eficiência energética na Unicamp (Imagem: BYD/Divulgação)
Ônibus
Foi por causa dos ônibus elétricos que a BYD veio para o Brasil em 2015.
Com uma fábrica em Campinas, a empresa passou a abastecer a frota que circula em Curitiba e outras cidades brasileiras, além de produzir baterias de fosfato de ferro-lítio em Manaus.
Além disso, a companhia também tem projetos de monotrilho no País: um na linha 17-Ouro, em São Paulo, e outro para o VLT do Subúrbio, em Salvador.
Energia solar
No campo da geração de energia, a BYD se beneficiou dos subsídios governamentais para a energia solar, que fizeram a demanda por painéis aumentar.
Eles são produzidos desde 2017, também em Campinas, e fizeram da empresa a líder do setor no Brasil.
Agora, a mudança de legislação reduziu benefícios e, para manter as vendas em alta, a companhia vai instalar três centros de distribuição de soluções de energia solar em solo brasileiro.
Assim, a BYD reduz o tempo de entrega e instalação dos sistemas, além de melhorar o pós-venda.
O ministro de Minas e Energia do governo Lula, Alexandre Silveira, defende o maior acesso à energia solar para as classes de renda mais baixa (Imagem: hrui/Shutterstock)
Carros elétricos
Apesar de atuar em diversos setores que envolvem energia, o carro-chefe da BYD ainda são os carros elétricos.
Em julho de 2022, ela desbancou a Tesla em vendas e, em janeiro deste ano, em produção.
Agora, a empresa quer aumentar os números de vendas no Brasil, país que ainda tem baixa adesão ao setor: ano passado, vendeu 400 carros; esse ano, quer chegar aos 10 mil.
Para isso, a companhia ampliou o número de modelos importados e de concessionárias, além de trazer um modelo híbrido (já que os brasileiros ainda resistem aos 100% elétricos).
Em linha com o que o governo Lula propõe, o aumento da venda do etanol, o veículo deve ter uma versão híbrida com o combustível.
Também deve assumir mais fábricas em solo nacional, como a da Ford, em Camaçari, na Bahia, onde produzirá os veículos.
Desafios
Entre os desafios que a BYD deve continuar enfrentando no Brasil, estão a mineração necessária para a eletrificação dos modelos, a infraestrutura de captação de energia solar ou eólica e a ampliação das pesquisas de reciclagem (os painéis da empresa duram apenas 25 anos).
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