Pó branco misterioso encontrado em ruínas não é o que se pensava

"À primeira vista, parecia cinzas", disseram os pesquisadores sobre o pó encontrados nas ruínas da cidade antiga
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 22/05/2023 21h29
Ruínas de Metsamor
Local onde ficava a padaria em Metsamor (Credito: Patrick Okrajek)
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Durante escavações em ruínas que datam de cerca de 3000 anos atrás, na Armênia, arqueólogos armênios e poloneses encontraram pilhas de um misterioso pó branco, que depois revelou-se tratar de farinha para pães.

  • As ruínas se encontram em um sítio arqueológico na cidade de Metsamor, oeste da Armênia;
  • Após análise química da substância e a escavação de vários fornos, eles perceberam que provavelmente uma padaria funcionava no local;
  • A farinha estava espalhada por toda ruína, inclusive dentro dos fonos.

À primeira vista, parecia cinzas. Sabíamos que era algo orgânico e coletamos cerca de quatro a cinco sacos do material.

Krzysztof Jakubiak, arqueólogo líder da escavação, em resposta a LiveScience

O local possuía 25 metros por 25 metros e um telhado de palha com vigas de madeira, sustentado por duas fileiras de 18 colunas. Acredita-se que a construção tenha sido usada entre os séculos 11 a 9 a.C, primeiro como um lugar para a realização de cerimônias e reuniões e posteriormente como depósito, que armazenava até 3,2 toneladas de farinha.

Esta é uma das mais antigas estruturas conhecidas desse tipo em Metsamor. Como o telhado da estrutura desabou durante um incêndio, ele protegeu tudo e, felizmente, a farinha sobreviveu. É impressionante; em circunstâncias normais, tudo deveria ser queimado e desaparecido completamente.

Krzysztof Jakubiak

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Ruínas de Metsamor

Pouco se sabe sobre a civilização que vivia em Metsamor, já que eles não possuíam uma linguagem escrita. Mas o que sabemos é que a cidade-forte veio a se tornar parte do reino bíblico de Urartu, após ser conquistada no século 8 a.C pelo rei Argishti I. Além disso, estima-se que o território da cidade tenha sido de aproximadamente de 1 quilômetro quadrado e cercada por complexos de templos com sete santuários, conforme o jornal polonês Science in Poland.

Escavação anteriores na ruína de Metsamor já haviam revelado um cemitério murado, com cerca de 100 enterros. A maioria dos túmulos estavam vazios devido a saques, mas um deles ainda continha pingentes de ouro e cem contas de jóias.

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Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.