Egípcios bebiam sangue com drogas alucinógenas

A bebida era usada durante rituais em culto ao deus Bes, conhecido por evitar coisas ruins
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 05/06/2023 19h44, atualizada em 06/06/2023 09h52
The Gods of the Egyptians 1904, The god Bes. Via: Mick Kay (Pinterest)
The Gods of the Egyptians 1904, The god Bes. Via: Mick Kay (Pinterest)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Os drinks são definidos como duas ou mais bebidas, à qual costumam ser adicionados outros ingredientes, como gelo, açúcar, mel, entre outros, mas um novo estudo apontou que no Antigo Egito, algumas pessoas iam muito além disso. Uma análise de vasos de cerâmica antiga encontrou vestígios de um líquido composto de plantas alucinógenas, uma bebida alcoólica e fluidos corporais como sangue e muco vaginal.

O vaso analisado na pesquisa, que ainda precisa de revisão dos pares, data do século 2 a.C e acredita-se que tenha sido usado em rituais por membros de um culto ao deus Bes, que era descrito como parte anão, parte felino, e que protegia dos perigos, evitava danos e prevenia do mal.

Como a figura de Bes era reverenciada como um gênio protetor, pode-se presumir que o líquido bebido nessas canecas era considerado benéfico

Pesquisadores em artigo

Os vasos de cerâmica destinados a armazenar esse líquido eram decorados com esfinges ou a cabeça de Bes, e ficaram conhecidos como ”vasos de Bes”. Para finalmente definir a natureza dos líquidos armazenados, os pesquisadores resolveram analisar os resíduos orgânicos de um desses artefatos que se encontrava no Museu de Arte de Tampa, na Flórida.

Leia mais:

Ingredientes do líquido

Durante a análise foram encontrados vestígios de uma planta psicoativa conhecida como arruda síria (Peganum harmala) que possuí sementes capazes de produzir visões oníricas, e quando combinada com outras plantas, como a mimosa, acarreta efeitos parecidos com os efeitos psicodélicos da ayahuasca.

Também foram encontrados traços de nenúfar azul (Nymphaea caerulea), outra planta psicoativa. Além desses ingredientes com efeitos alucinógenos, também foi detectado a presença de uma bebida alcoólica, produzida a partir de frutas fermentadas, bem como mel ou geleia real.

Mas o mais estranho de tudo encontrado, foi a forte presença de proteínas humanas, que provavelmente faziam parte dos rituais. “Isso inclui fluidos como leite materno, fluidos mucosos (oral ou vaginal) e sangue”, escreveram os pesquisadores.

Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.