O Twitter está mais perigoso para membros da comunidade LGBTQ hoje do que estava há um ano. Isso é o que mostra uma nova pesquisa da GLAAD, organização de direitos da comunidade, que também investigou Facebook, Instagram, TikTok e YouTube.
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Impacto do discurso de ódio
O terceiro relatório anual do Social Media Safety Index (SMSI) analisou as cinco plataformas sociais no que diz respeito à aplicação de política para abordar o discurso de ódio contra a comunidade LGBTQ inline.
Segundo a CEO e presidente da GLAAD, Sarah Kate Ellis, essas mensagens “tem um impacto descomunal na violência do mundo real e na legislação anti-LGBTQ”.
As plataformas de mídia social muitas vezes falham em impor suas próprias políticas em relação a esse conteúdo.
Sarah Kate Ellis, CEO e presidente do GLAAD
Relatório
- A plataforma SMSI Platform Scorecard da GLAAD analisa a segurança, privacidade e requisitos de expressão nas cinco redes sociais, com base em 12 indicadores LGBTQ.
- Esses indicadores incluem políticas específicas contra discurso de ódio e assédio, opções de colocar pronomes em perfis e proibição de anúncios discriminatórios.
- Dentre os cinco, o Twitter foi o único que teve uma pontuação menor este ano do que no ano passado, indo de 44.7% para 33%.
- Porém, a rede social não está sozinha em outros aspectos: as outras quatro plataformas também tiveram pontuações baixas no índice.
- A rede social que obteve a maior pontuação foi o Instagram, com 63% (contra 48.38% do ano passado).
Retrocessos do Twitter
A queda nos números do Twitter vem depois da remoção da proteção para usuários transgêneros, em abril de 2023. Na política de conduta, a rede social excluiu o trecho que previa a proibição de “erros de gênero direcionados ou nomes mortos de indivíduos trangênero”.
A política segue a nova ideia de Elon Musk, até à época CEO do Twitter, de permitir uma liberdade de expressão que não se distingue de conteúdos ofensivos. No lugar, a plataforma coloca notas para esclarecer informações falsas ou ofensivas, o que não impede que elas sejam publicadas.
Respostas das redes sociais
Em meio aos números baixos, o porta-voz do YouTube, Jack Malon, disse à CNBC que a rede proibe conteúdos que promovem violência ou ódio contra a comunidade LGBTQ.
TikTok e a Meta, dona do Facebook e do Instagram, também afirmaram estar comprometidas em proteger a comunidade. O porta-voz da Meta ainda destacou que a empresa está envolvida com organizações da sociedade civil para criar políticas e ferramentas para promover um ambiente seguro.
Violência real contra comunidade LGBTQ
Assim como a presidente e CEO da GLAAD acredita, 86% dos americanos que não fazem parte da comunidade LGBTQ concordam que a violência online, através dos discursos de ódio, leva à violência no mundo real.
A organização pede por políticas regulatórias urgentes e que as plataformas assumam a responsabilidade por elas.
Com informações de CNBC
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