Nesta semana, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) realizou a prisão de dois hackers acusados de roubar e comercializar dados de milhões de brasileiros. O esquema criminoso é tido como um dos maiores já realizados no Brasil envolvendo vazamento de dados sigilosos.

Para quem tem pressa

  • Foram vazados cerca de 200 milhões de pessoas com informações como CPF, número de celular, endereços residênciais, endereços de e-mail, fotos, assinaturas digitalizadas, cópias de CNH, carros e empresas no nome, score em instituições financeiras e mais;
  • Os criminosos também tinham um acesso a cãmeras OCR de todo o Brasil, o que permitia leitura das placas de veículos e localização dos automóveis em rodovias de todo o país;
  • Os dados comercializados por esse grupo eram utilizados para diversas fraudes eletrônicas, criação de dossiês contra autoridades públicas e violação da intimidade dos cidadãos;
  • Entre as vítimas de dados vazados estavam autoridades como o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e deputados.

Além das apreensões, os agentes cumpriram mandados de busca, bloqueio de contas bancárias, derrubada de web sites e servidores usados nas práticas criminosas.

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De acordo com a polícia, os dados eram vendidos na internet através da dark web para realizar uma série de golpes eletrônicos.

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Esses golpes são de diversos tipos, sendo  os mais conhecidos: o golpe do PIX, do motoboy, da mão invisível, da falsa central de segurança do banco, do falso sequestro e golpe da portabilidade do consignado.

 Eric Sallum, delegado da 9ª DP do Distrito Federal, responsável pelas investigações.

Para descobrir como a operação funcionava, os policiais se infiltraram em grupos de criminosos no Telegram para comprar os chamados “painéis de consulta” que continham os dados de milhões de pessoas. O acesso desses dados era vendido em pacotes de assinatura de 7, 15 e 30 dias, custando R$150, R$200 e R$300, respectivamente.

A investigação também descobriu que, ao todo, 1.453 usuários compraram o acesso a esse painel fornecido pelos hackers. Essas pessoas também serão investigadas para descobrir o que motivou a compra dos dados sigilosos.

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Eric Sallum, delegado responsável pela investigação, disse que a maioria desses dados de cidadãos, políticos e autoridades públicas foram obtidas por “hackeamento de órgãos públicos”.

A partir das informações e mandados de busca cumpridos nessa semana, a PCDF continuará investigando para descobrir a origem desse esquema, tido como um dos maiores crimes nacionais realizados com vazamento de dados sigilosos até hoje.

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Busca-se, ainda, com a continuidade das investigações, comprovar como esses criminosos tinham acesso aos dados sigilosos da população brasileira, em especial, o hackeamento online das câmeras de reconhecimento de placas.

 Eric Sallum, delegado da 9ª DP do Distrito Federal, responsável pelas investigações.

Os criminosos presos, vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas dão mais de 20 anos de prisão.

Com informações de Uol, Globo, PCDF.

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