Após Titan, segurança de submarinos vira tema de debate

Entidades trabalham em relatório para melhorar a segurança dos submarinos em todo o mundo. Uma legislação sobre o tema deve ser criada
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 27/06/2023 18h05, atualizada em 08/08/2025 16h42
Submarino Titan, que sumiu perto do Titanic, debaixo d'água, visto de lado
(Imagem: Reprodução/OceanGate)
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Autoridades marítimas dos Estados Unidos afirmam que irão emitir um relatório com o objetivo de melhorar a segurança dos submarinos em todo o mundo. A declaração ocorre após a implosão do submersível Titan, que deixou cinco pessoas mortas durante uma viagem para observas os destroços do navio Titanic.

Investigadores dos EUA, Canadá, França e Reino Unido estão trabalhando em colaboração na investigação do que causou o acidente de 18 de junho, que aconteceu em uma região de difícil acesso do Atlântico Norte. O local da implosão foi mapeado e um relatório final será enviado à Organização Marítima Internacional, mas sem data divulgada.

submarino Titan vídeo
Vídeo no TikTok simulou a implosão do veículo (Imagem: Reprodução/TikTok)

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Os destroços da embarcação foram localizados a cerca de 12.500 pés (3.810 metros) debaixo d’água e a cerca de 1.600 pés (488 metros) do Titanic, segundo informações da Guarda Costeira americana. Especialistas apontam que não há mais evidências a serem encontradas no local.

De quem é a responsabilidade?

  • Um dos principais problemas na investigação é atribuir qual ou quais das agências e organismos são responsáveis por determinar a causa da tragédia, que aconteceu em águas internacionais.
  • A OceanGate Expeditions, empresa que possuía e operava o Titan, tem sede nos EUA, mas o submarino foi registrado nas Bahamas. Enquanto isso, a nave-mãe da embarcação, o Príncipe Polar, era do Canadá. Já as vítimas são da Inglaterra, Paquistão, França e EUA.
  • O Titan não estava registrado nem nos EUA nem em agências internacionais que regulam a segurança desse tipo de operação.
  • Will Kohnen, presidente do comitê de veículos submarinos tripulados da Sociedade de Tecnologia Marítima, afirmou nesta segunda-feira (26) que espera que a investigação promova reformas na legislação. Ele observou que as autoridades de muitos países, inclusive dos Estados Unidos, têm regulamentos para submersíveis turísticos, mas nenhum cobre as profundidades que o Titan pretendia alcançar.
  • A Organização Marítima Internacional, agência marítima da ONU, tem regras semelhantes para submersíveis turísticos em águas internacionais.
Visão aérea de navio da Guarda Costeira dos EUA em operação de busca pelo submarino perto do Titanic
Essa foi a primeira imagem das buscas divulgada (Reprodução/Guarda Costeira dos EUA)

Submarino: OceanGate era ‘SpaceX dos oceanos’ para CEO

“Stockton percebeu que a única maneira de ajudar a humanidade a desvendar os segredos do oceano era burlar as regulamentações e provar que isso poderia ser feito da maneira mais segura possível”. É o que contou Guillermo Söhnlein, cofundador da OceanGate, empresa do submarino que implodiu perto do Titanic, em entrevista ao The Wall Street Journal.

Clique aqui e veja os detalhes do relato.

Com informações da TechXplore.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.