Quem está na Geração Z e como os mais jovens estão recebendo a IA?

A Geração Z cresceu com a internet. Por isso, se adapta mais facilmente a algumas mudanças tecnológicas. E com a inteligência artificial?
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 28/06/2023 20h04
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Imagem: Shutterstock
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A Inteligência Artificial (IA) tem divido opiniões: enquanto algumas pessoas temem quais serão as consequências no futuro, outras estão mais animadas com as possibilidades do que com as desvantagens. De acordo com um artigo do Washington Post, a Geração Z pode ser um desses grupos. Essa maior aceitação da IA pode dar uma contribuição importante para essa faixa etária no mercado de trabalho.

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Geração Z e IA

A Geração Z, que corresponde às pessoas nascidas entre 1997 e 2012, é a primeira geração de nativos digitais. Ou seja, que nasceram em uma época em que a tecnologia já existia e passava a ser amplamente usada.

Com isso, esse grupo se tornou mais receptivo às mudanças e inovações tecnológicas, as incorporando no seu dia a dia de forma mais natural. Agora, essas pessoas estão se formando e entrando no mercado de trabalho (o tempo passa, né?).

Além disso, segundo dados do Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos, apenas no país, a Geração Z representa mais de 13% da força de trabalho civil, um número que deve crescer cada vez mais.

Geração Z é a primeira dos “nativos digitais”, que nasceu e cresceu com o avanço e popularização da internet (Foto:Reprodução)

Casos reais

  • Os jovens não necessariamente estão usando a IA para trabalhar. Mas, sim, as utilizando como auxiliares — e esse é o segredo da adaptação.
  • Como exemplo, Kyle Jensen, um professor e diretor de programas de redação da Universidade Estadual do Arizona, deu acesso gratuito a ferramentas de IA generativa e pediu que os alunos discutissem como poderiam usar a tecnologia na aula.
  • Ximena Vasquez Bueno, uma das alunas, revelou que usou a IA para revisar seus textos e descobrir trechos em que sua redação estava prolixa ou confusa.
  • Além disso, a estudante, que tem o espanhol como língua materna, conseguiu identificar melhor seu estilo de escrita em inglês, ao ser apontada dos erros de forma construtiva.
  • Já Cortez Hill, que deve se formar em negócios na Universidade de Michigan no ano que vem, disse que usou a IA generativa para entender conceitos complexos de investimento e traduzi-los em uma linguagem mais acessível.
  • Os dois (e outros alunos) contaram como usar a tecnologia para tarefas simples os dá mais tempo para se dedicar à parte criativa e estratégica do trabalho.
ChatGPT
ChatGPT e outras ferramentas de IA podem ser usadas como auxiliadores, ao invés de fazerem todo o trabalho (Imagem: Diego Thomazini / Shutterstock.com)

IA não é independente

Já Naomi Davis, graduada recentemente e que trabalha para o Google desde agosto, diz que não acredita que a IA vá substituir os humanos. Segundo ela, mesmo o auxílio dado pela tecnologia precisa ser revisado, sem contar que o trabalho da máquina depende dos comandos de uma pessoa.

Outros estudantes recém-formados e que acabaram de entrar no mercado de trabalho concordam: é sobre estar em sintonia com as inovações tecnológicas e desenvolver habilidades.

Preocupações

No entanto, o fato de a Geração Z estar mais atualizada em relação à IA generativa não quer dizer que eles não reconheçam seus perigos.

Alguns dizem que estão preocupados com as implicações, como a desinformação. Outros pontos relembrados são a saída fácil para diversas tarefas humanas ou, ainda, que os empregadores os substituam para cortar custos (mesmo que isso diminua a qualidade do trabalho).

Com informações de Washington Post

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.