O Projeto Júpiter, equipe de foguetemodelismo da Escola Politécnica da USP, foi um dos destaques da maior competição de foguetes e satélites universitários do mundo, a Spaceport America Cup 2023. A equipe conquistou o segundo lugar com o foguete Juno III na Podium Session, em que as equipes devem apresentar alguma particularidade interessante desenvolvida no projeto levado para a competição.

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Indicado a dois prêmios

  • A equipe da USP apresentou como inovação no torneio a otimização aerodinâmica do formato das aletas, pequenas “asas” que ajudam na estabilização do voo. 
  • A ideia surgiu da necessidade de melhorar a performance do foguete e facilitar a construção das aletas de forma que elas fossem mais resistentes.
  • A construção das aletas do foguete foi inspirada em pesquisas similares realizadas no setor automobilístico e de ciclismo, e o design foi estudado para avaliar uma aplicação similar em foguetes.
  • Por meio de diversas simulações numéricas e no software RocketPy, simulador de foguetes desenvolvido pela equipe, foi possível validar o uso dessa inovação no Juno III, que foi recuperado com as aletas intactas após o lançamento.
  • “O trabalho levado pelo Júpiter mostrava como o truncamento do aerofólio pode conferir maior resistência e segurança para as aletas do foguete, conclusão feita com base em pesadas simulações numéricas que ganharam bastante atenção dos jurados da competição”, explica Samuel Nascimento de Melo Santos, aluno de Engenharia Mecânica da Poli-USP e membro do Projeto Júpiter.
  • O Projeto Júpiter foi indicado a dois prêmios: o Dr. Gil Moore Award, por excelência em modelagem e simulação, no qual o grupo ficou entre as seis equipes selecionadas; e o Jim Furfaro, por excelência técnica, que garantiu ao grupo o segundo lugar.
  • A equipe também levou um experimento científico para a competição conhecido como Earth Horizon Sensor, um dispositivo eletrônico com uma câmera acoplada a fim de fotografar a linha do horizonte ao longo de toda a trajetória do foguete.
  • As fotos tiradas por essa câmera são posteriormente tratadas com auxílio de um software de processamento de dados, onde as curvas da linha do horizonte são aproximadas a funções matemáticas que permitem saber qual era a atitude do foguete (o grau de inclinação) em um dado instante.
  • Os dados da carga experimental, no entanto, foram corrompidos por algum motivo, então não houve processamento de imagens para obtenção da atitude.

O lançamento

  • O Júpiter concorreu na categoria 10K SRAD Solid Motor, em que o objetivo é atingir uma altitude de aproximadamente 3 quilômetros, usando propelente sólido SRAD, pesquisado e desenvolvido pela própria equipe, carregando um experimento científico.
  • A primeira tentativa de lançamento, no segundo dia da competição, foi adiada devido à velocidade do vento no local, onde havia formação de pequenas tempestades de areia.
  • “No dia seguinte, foi realizado o lançamento, às 10 horas da manhã, atingindo um apogeu de 3.213 metros e tendo uma recuperação funcional pela ejeção de um paraquedas em dois estágios”, conta Santos.

O lançamento pôde ser acompanhado em tempo real. Confira:

Crédito: Divulgação/Projeto Júpiter
  • Felipe Schwarz, estudante de Engenharia Mecânica da USP, conta que o lançamento foi feito no deserto, um ambiente que não existe no Brasil, e que a equipe precisou buscar o foguete numa área gigantesca.
  • “Nós vamos no meio do deserto com algumas coordenadas, um GPS e um rádio para resgatar o foguete após a queda. Ele caiu mais de um quilômetro longe da estrada, então foi uma experiência única esse processo de horas para recuperar o foguete”.
Equipe brasileiro teve que resgatar o foguete Juno III no meio do deserto do Novo México (Imagem: Divulgação/SA Cup 2023)

O evento

  • A Spaceport America Cup 2023 foi realizada nos dias 21 a 24 de junho na Spaceport America, no Novo México, nos Estados Unidos.
  • O mundial reuniu 158 times de 24 países, inclusive com a participação de outras quatro equipes brasileiras: das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Federal de Santa Catarina (UFSC) e de Brasília (UnB). 

Para acompanhar o Projeto Júpiter, você pode acompanhar o Instagram da equipe clicando aqui.

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Com informações do Jornal da USP.

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