O governo dos Estados Unidos tem anunciado uma série de decisões para tentar minar o crescimento tecnológico da China, especialmente na área da produção de chips semicondutores. As ações já surtiram alguns resultados (confira aqui), mas os chineses apostam em uma tecnologia recente para vencer os obstáculos impostos pelo ocidente: os chiplets.

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Menos custos e produção mais rápida

  • Os chiplets foram projetados para reduzir o tempo e o custo para fabricar chips, e agora fazem parte da estratégia chinesa para atingir a autossuficiência no setor.
  • A tecnologia foi comprada pela startup chinesa Chipuller e tem se mostrado fundamental para Pequim após os Estados Unidos proibirem que os chineses acessassem máquinas e materiais avançados necessários para fabricação dos chips mais avançados da atualidade.
  • Pouco mencionados antes de 2021, os chiplets ganharam maior fama nos últimos anos, inclusive aparecendo em pelo menos 20 documentos de autoridades da China e sendo classificados como “tecnologia chave e de ponta”.
  • “Os chiplets têm um significado muito especial para a China, dadas as restrições aos equipamentos de fabricação de wafers. Eles ainda podem desenvolver empilhamento 3D ou outra tecnologia de chiplet para contornar essas restrições. Essa é a grande estratégia, e acho que pode até funcionar”, destaca Charles Shi, analista de chips da corretora Needham.
  • A tecnologia já está sendo explorada e aplicada em setores como inteligência artificial, carros autônomos, pela gigante Huawei, maior produtora de equipamentos de telecomunicações do mundo, e até mesmo pelo exército chinês.
Chineses apostam nos chiplets para vencer os obstáculos impostos pelo ocidente (Imagem: Chipuller)

Vantagens dos chiplets chineses

  • Os chiplets podem ser do tamanho de um grão de areia ou maiores que uma miniatura e são reunidos em um processo chamado embalagem avançada.
  • É uma tecnologia que a indústria global de chips tem adotado cada vez mais nos últimos anos, à medida que os custos de fabricação de chips dispararam em meio aos esforços para tornar os transistores cada vez menores.
  • Unir chiplets pode ajudar a construir sistemas mais poderosos sem diminuir o tamanho do transistor, pois os vários chips podem funcionar como um cérebro.
  • Cerca de um quarto do mercado global desse mercado fica na China, de acordo com a Dongguan Securities, que fornece serviços de consultoria de investimentos.
  • Mas a tecnologia também é utilizada por empresas como Apple, Intel e AMD.

Investimentos cada vez maiores

  • Os chiplets são personalizados de acordo com as necessidades do cliente e podem ser concluídos rapidamente, em “três a quatro meses, esta é a vantagem única que a China detém”, de acordo com Yang Meng, presidente da Chipeller.
  • A compra dos equipamentos subiu de US$ 1,7 bilhão, em 2018, para US$ 3,3 bilhões, em 2021.
  • Os investimentos devem aumentar ainda mais, embora no ano passado tenham caído para US$ 2,3 bilhões por conta da desaceleração no mercado de chips.

Com informações da Reuters.

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