O aspartame, um dos adoçantes mais comuns do mundo, é possivelmente cancerígeno, mas há um limite aceitável para consumo diário. A conclusão foi anunciada nesta quinta-feira (13) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), órgãos ligados à ONU.

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No mês passado, a OMS publicou recomendou que os consumidores não usassem adoçantes sem açúcar para controle de peso. As diretrizes geraram polêmica na indústria de alimentos, que argumenta que os produtos podem ser úteis para consumidores que desejam reduzir a quantidade de açúcar na dieta.

Qual é o limite aceitável para consumo?

  • Não há estudos em humanos que confirmem que o aspartame cause câncer, apenas “evidências limitadas” em animais, disseram os órgãos.
  • Mas de acordo com o Comitê Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares, a ingestão diária aceitável da substância é de 40 mg/kg de peso corporal.
  • Isso significa que um adulto de 70 kg poderia consumir até 9 latas de refrigerante diet por dia (cada uma contém cerca de 300 mg de aspartame).

São necessários mais estudos, diz OMS

  • No comunicado conjunto, Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS, disse que os efeitos potenciais descritos precisam ser melhor investigados, mas reforçou que a segurança não é “uma grande preocupação” considerando as doses geralmente usadas.
  • Desde 1981, o Comitê Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares afirma que o consumo de aspartame é seguro dentro dos limites diários aceitos.
  • A substância é usada em produtos como refrigerantes dietéticos. 
  • Alguns estudos apontam que cerca de 95% dos refrigerantes carbonatados (bebidas efervescentes não alcoólicas) que contêm adoçante usam aspartame.

No Brasil

  • A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o aspartame seguro e destaca o consenso sobre o assunto existente entre diversos comitês internacionais.
  • Um informe técnico da agência não cita nenhuma correlação do produto com o câncer.
  • O texto ressalta que o aspartame vem sendo objeto de extensa investigação científica, incluindo estudos experimentais, pesquisas clínicas, estudos epidemiológicos e de exposição e vigilância pós-mercado.

Uma discussão antiga

  • No ano passado, uma pesquisa observacional feita na França com 100 mil adultos mostrou que pessoas que consumiam grandes quantidades de adoçantes artificiais, incluindo aspartame, apresentavam risco ligeiramente maior de ter câncer.
  • Outra pesquisa, do Instituto Ramazzini, na Itália, no início dos anos 2000, relatou que alguns tipos de câncer em camundongos e ratos estavam ligados ao aspartame.

Com informações de G1.

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