Pesquisadores usam ossos de boi para criar enxerto para humanos; entenda inovação

Biomaterial inovador tem uma série de benefícios, da redução de custos à recuperação mais rápida
Layse Ventura15/07/2023 17h42, atualizada em 15/07/2023 17h44
Osso de boi é usado para criar biomaterial para enxerto em humanos
Imagem: Cameron Watson / Shutterstock
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No Brasil, milhares de pessoas precisam fazer enxerto ósseo, seja porque sofreram fraturas em decorrência de acidentes, seja porque precisam fazer próteses dentárias.

No entanto, atualmente, o material mais comum para isso são fragmentos de osso da própria pessoa ou ainda materiais minerais. Agora, essa realidade está prestes a mudar, graças a uma tecnologia inovadora criada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), um biomaterial criado a partir do osso de boi.

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Se a pessoa tem uma fratura que requer uso de enxerto ósseo, ou pessoas que têm perda de dente, poderão ser atendidas. São situações bem frequentes que necessitam de um material ósseo para preenchimento.

Breno Nogueira, pesquisador da universidade que faz parte do projeto

Como funciona?

Primeiramente, os ossos de boi são doados por um frigorífico. Quando chegam no laboratório, os pesquisadores limpam e desidratam esses ossos.

Depois, os cientistas separam a parte do osso que fica mais próxima da cartilagem, porque é essa “cabeça do osso” que servirá para se transformar no biomaterial.

Por fim, o osso é banhado com uma substância chamada hidrogel, que é feita com o próprio tecido ósseo.

Por que importa?

Primeiramente, a pesquisa se destaca pela sua aplicação imediata. Afinal, além de inúmeras fraturas por conta de acidentes, envolvendo ou não o trânsito, um em cada dez brasileiros já perderam todos os dentes.

Isso nos leva ao segundo benefício: redução de custos. Primeiro, porque é uma pesquisa nacional. Segundo, porque utiliza material de origem natural.

Por fim, o enxerto natural promete uma recuperação mais rápida para o paciente em comparação com o procedimento feito com materiais sintéticos.

“Os produtos similares que existem no mercado são puramente minerais e são um enxerto para preencher espaço. O nosso, além de preencher o espaço que vai ser colocado, ele também vai acelerar a cicatrização”, afirmou Rodolpho Barros, veterinário e doutorando da Ufes que faz parte da pesquisa.

Atualmente, o enxerto natural já foi patenteado pela Ufes e está sendo usado na clínica odontológica da Ufes. Além disso, o material está em fase de certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Com informações do G1.

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Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.