No final de junho de 2023, surgiu um vídeo do YouTuber Felipe Castanhari falando sobre como a inteligência artificial pode roubar o trabalho dos dubladores e acabar com a dublagem em português, tudo isso em questão de meses, já que esse recurso de dublagem já existe. Ele explicou que nos contratos dos atores, por exemplo, o Brad Pitt poderá ter uma cláusula que autoriza o uso da voz dele para dublar o filme em diversos idiomas.

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E, de fato, a IA generativa que cria textos, imagens, vídeos e vozes utilizando apenas conteúdos que já existem tem ameaçado a vida profissional de locutores, dubladores e narradores de audiolivros.

A dublagem em português vai desaparecer?

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Com a ferramenta Text to Speech (TTS) já era possível fazer a locução de textos escritos porém com uma voz mais robotizada, utilizada em assistentes como a Alexa e a Siri. No entanto, a IA adicionou o machine learning (aprendizagem de máquina) com a qual é possível comparar milhões de vozes diferentes que identificam padrões e geram uma voz clonada, não precisando de um Guilherme Briggs para dublar a voz de Henry Cavill, por exemplo.

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Já existem plataformas como o revoicer.com, que oferece uma quantidade considerável de vozes por uma mensalidade de US$ 27, sendo imensamente mais barato que contratar um dublador para fazer o trabalho.

A preocupação com relação a essa tecnologia está tão grande que cerca de 20 associações e sindicatos da Europa, Estados Unidos e America Latina criaram a Organização das Vozes Unidas (OVU), sob o lema “não roubem nossas vozes”. O objetivo é incentivar projetos de lei que impeçam que os registros de suas vozes sejam usados para treinar a IA sem a sua permissão e que imponham uma cota de trabalho humano.

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No México já foi apresentado um projeto de lei que regulamenta essa tecnologia, e na Argentina existe uma lei que proíbe qualquer pessoa sem diploma de fornecer serviços de locução e dublagem. Afinal, segundo a própria OVU à Folha de São Paulo, o uso de IA de forma indiscriminada pode extinguir um “patrimônio artístico de criatividade […] que as máquinas não podem criar”.

Fonte: Podpah, Folha de São Paulo

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