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O Titan, submersível da OceanGate, era “ratoeira para bilionários”. É o que disse Karl Stanley, operador de submarino e amigo próximo de Stockton Rush, CEO da empresa, ao programa 60 Minutes Australia. A embarcação implodiu, no final de junho, matando as cinco pessoas a bordo, incluindo Rush.
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Para quem tem pressa:
- O operador de submarino Karl Stanley – também amigo de Stockton Rush, CEO da OceanGate – foi um dos primeiros a embarcar no Titan, em 2019;
- Stanley contou que, no mergulho de teste, avisou Rush sobre o risco de comprometimento do casco da embarcação por conta da pressão;
- Ele também disse que Rush “definitivamente sabia que [a embarcação] iria acabar assim”;
- Ainda segundo Stanley, o CEO estava disposto a arriscar a própria vida e dos outros para “entrar para a história”.
Stanley foi um dos primeiros a embarcar no Titan. E disse que o CEO “definitivamente sabia que iria terminar assim” após ouvir ruídos durante um mergulho.
Ainda segundo o operador, Rush estava disposto a arriscar a própria vida e dos outros para “entrar para a história”.
Leia mais sobre o submarino:
- Por que Titan implodiu? Veja 3 principais erros no projeto do submersível
- OceanGate era ‘SpaceX dos oceanos’ para CEO
- Antes do acidente, CEO disse que ‘quebrou algumas regras’
- Submarino desaparecido: turista diz que passeio foi ‘operação kamikaze’
Como foi o mergulho no submarino
Stanley disse que ouviu “ruídos altos iguais tiros aterrorizantes” a cada “três ou quatro minutos” no Titan, conforme a profundidade aumentava. Isso rolou numa viagem teste com o amigo em 2019, nas Bahamas.
Ele acredita que os sons eram causados pela pressão da água sobre o casco do Titan, construído em fibra de carbono em vez de titânio – o padrão para modelos de submersíveis.
O operador, que é especialista em submersíveis, alegou ter avisado o CEO sobre achar que uma área do casco estava comprometida.
Ele também compartilhou e-mails que enviou ao amigo alertando-o sobre a situação, incluindo uma ilustração com o submersível naufragado no fundo do oceano.
No entanto, os alertas – feitos também por outras pessoas – não teriam sido suficientes para fazer o empresário desistir do projeto.
Agora, Stanley contou que oscila entre dor e raiva ao pensar no episódio porque a tragédia seria evitável, na sua opinião.
Ele disse “não ter dúvidas” que a implosão do submersível foi causada pelo tubo de fibra de carbono na área sobre a qual havia alertado o CEO anteriormente.
Assista abaixo trechos da entrevista de Stanley ao 60 Minutes Australia (em inglês):
Relembre o caso
O submersível, apelidado de Titan, submergiu no dia 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, que estão no Atlântico Norte.
O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.
Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição:
- Stockton Rush, CEO da OceanGate;
- o bilionário Hamish Harding;
- Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho;
- Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.
O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 km ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.
No dia 22 de junho, a OceanGate confirmou (e lamentou) a morte da tripulação do submersível.
Com informações de Daily Mail
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