FBI investiga uso de software de espionagem e descobre que foi o próprio FBI

FBI foi acionado para investigar uso de ferramenta ilegal e descobriu que a própria agência utilizava o sistema no México
Alessandro Di Lorenzo31/07/2023 15h19, atualizada em 08/08/2025 16h10
Agente do FBI mexendo em um computador
Imagem: Dzelat/Shutterstock
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Uma investigação do FBI, a polícia federal americana, chegou a uma conclusão, no mínimo, engraçada. O órgão foi acionado após denúncias de que a empreiteira Riva Networks havia comprado e implantado para uso do do governo dos Estados Unidos uma ferramenta de espionagem desenvolvida pela NSO, polêmica empresa israelense.

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Contrato foi assinado em 2021, mas era ilegal

  • O acordo para a compra do sistema de vigilância, chamado de Landmark e usado por governos do mundo todo, foi concluído em novembro de 2021.
  • Poucos dias antes, no entanto, o presidente Joe Biden havia colocado a NSO numa lista proibida, o que impedia que empresas americanas fizessem negócios com a empresa israelense.
  • A decisão foi tomada após uma série de escândalos associados ao Pegasus, ferramenta utilizada por governos autoritários e também por democracias para espionar jornalistas, ativistas de direitos humanos e dissidentes políticos.

FBI diz que foi enganado

  • Após uma investigação, o FBI descobriu que a própria agência havia usado o software ilegal.
  • O órgão agora acusa a Riva de enganar a agência de espionagem americana e afirma que já rescindiu o contrato.
  • Segundo autoridades ligadas ao governo dos Estados Unidos, a empresa, com sede em Nova Jersey, foi acionada pela Casa Branca para ajudar a rastrear suspeitos de tráfico de drogas e fugitivos no México.
  • A Landmark permitia que funcionários do governo americano rastreassem pessoas no país vizinho sem seu conhecimento ou consentimento.
  • Mas o FBI descobriu que, em algum momento de 2021, a ferramenta passou a ser utilizada sem o conhecimento da agência.
  • A Riva também renovou seu contrato com a NSO sem avisar o governo.
  • A Riva Networks e a empresa israelense não se pronunciaram sobre o caso.
  • Já a Casa Branca não informou se tomará alguma medida contra as responsáveis pelo uso indevido do software de espionagem.

Com informações de Folha de São Paulo.

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Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.