Células nervosas do cérebro podem conduzir movimento corporal

Pesquisadores analisaram a forma que o organismo reage ao estímulo das células nervosas
Por Alisson Santos, editado por Rodrigo Mozelli 01/08/2023 05h20
Ilustração de neurônio em cérebro de pessoa com Alzheimer
Imagem: National Institute on Aging/NIH
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Um estudo publicado na Nature Neuroscience investigou a forma que as células nervosas do cérebro podem direcionar os movimentos do corpo, incluindo a respiração. Isso acontece também no reino animal, quando farejadores “congelam” ao encontrar um alvo.

“Encontramos grupo de células nervosas no mesencéfalo que, quando estimuladas, param todos os movimentos. Não apenas caminhar; todas as formas de atividade motora. Eles até fazem os camundongos pararem de respirar ou respirarem mais devagar e a frequência cardíaca diminui”, afirma Ole Kiehn, coautor do estudo.

  • Durante o projeto, os pesquisadores utilizaram roedores para analisar a forma que o organismo reage ao estímulo das células nervosas;
  • Quando elas eram ativadas, os camundongos iniciavam o movimento exatamente onde paravam;
  • Segundo a equipe, esse “padrão de pausa e reprodução” é único e diferente de tudo que foi visto anteriormente e não se assemelha a outras formas de movimento ou parada motora que são estudadas pela ciência.

Existem várias maneiras de parar o movimento. O que há de tão especial nessas células nervosas é que, uma vez ativadas, elas fazem com que o movimento seja pausado ou congelado. Assim como colocar um filme em pausa. O movimento do ator para repentinamente no local.

Ole Kiehn, coautor do estudo

As células nervosas que são estimuladas pelos pesquisadores são encontradas no mesencéfalo, em área chamada núcleo pedunculopontino (PPN). Diferente das demais células, elas se destacam por expressar marcador molecular específico chamado Chx10.

Esse PPN pode ser encontrado em praticamente toda espécie de vertebrado, incluindo os humanos. Ou seja, mesmo que o estudo tenha sido realizado em camundongos, as respostas podem ser as mesmas em humanos e nas demais espécies.

Os autores também destacaram que esse “congelamento” se difere da paralisação em casos de medo extremo, embora a reação do corpo seja similar. Além disso, o avanço dessa pesquisa também poderá auxiliar nos estudos sobre o Parkinson.

“Comparamos esse tipo de parada motora com parada motora ou congelamento causado pelo medo, e eles não são idênticos. Temos certeza de que a parada do movimento observada aqui não está relacionada ao medo. Em vez disso, acreditamos que tem algo a ver com atenção ou estado de alerta, que se manifesta em determinadas situações”, diz o professor adjunto Roberto Leiras, coautor do estudo.

Com informações de MedicalXpress

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Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.