Em meio à greve dos roteiristas e atores de Hollywood, a Disney estaria criando uma força-tarefa dedicada exclusivamente a estudar inteligência artificial e como ela pode ser aplicada para cortar gastos na indústria do entretenimento. Além disso, a empresa estaria abrindo 11 vagas para profissionais especializados na tecnologia. Ambas as manifestações, que paralisaram e adiaram boa parte das produções de cinema e TV em desenvolvimento, têm como demanda em comum a regulação da IA no setor.
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Força-tarefa de IA na Disney
- Segundo três fontes ouvidas pela Reuters, a força-tarefa foi iniciada antes das duas greves e busca desenvolver recursos de IA internamente na Disney. Além disso, a empresa também pretender fechar parcerias com startups do setor.
- Para isso, a gigante do entretenimento estaria com 11 vagas de emprego abertas para candidatos com experiência na tecnologia ou em aprendizado de máquina.
- Os cargos seriam para todos os setores da empresa, desde os serviços dos parques temáticos até a rede de televisão e publicidade da Disney.
- De acordo com o anúncio da vaga, a companhia ainda estaria interessada em criar um sistema de anúncios alimentado por IA.
IA no entretenimento
Segundo uma das fontes, que falou em condição de anonimato por causa da sensibilidade do assunto, empresas do setor de entretenimento devem achar formas de usar a IA ou correm o risco de ficarem para trás.
Para essa fonte, a IA pode ajudar a cortar gastos com a produção de filmes e séries de TV, por exemplo, em até US$ 300 milhões. Essa economia seria alcançada ao longo do tempo.
Já no setor dos parques temáticos, a IA poderia, por exemplo, melhorar a o suporte ao cliente ou dar ideias de novas formas de interação com o visitante. Uma iniciativa semelhante já foi criada: o Projeto Kiwi, que usou aprendizado de máquina no Baby Groot, um robô que imitava o personagem homônimo de Guardiões da Galáxia. De acordo com uma das fontes, a esperança é que, um dia, o brinquedo seja equipado com IA e interaja de forma independente.
Contexto
- A notícia da força-tarefa de IA da Disney vem em meio a duas greves que paralisaram o desenvolvimento de filmes e séries em Hollywood: primeiro a dos roteiristas, decretada em 2 de maio, e depois a dos atores, iniciada no dia 14 do mês passado.
- Em meio a debates se a tecnologia substituirá ou não profissionais do setor (e algumas tentativas em andamento para isso), as duas paralisações têm ressalvas no uso da IA.
- O WAG (sindicato dos roteiristas) e o SAG-AFTRA (sindicato dos atores) pedem a regulação do uso da tecnologia no setor do entretenimento, bem como condições claras e justas para a recompensação dos profissionais pelo seu trabalho. Os roteiristas também pedem a delimitação do direito autoral e intelectual das obras.
- A Disney faz parte dos grandes estúdios que os sindicatos estão protestando contra.
- Recentemente, a empresa usou IA para a criação da abertura da série Invasão Secreta e não agradou os profissionais (e nem o público). Parece que, de agora em diante, a participação da tecnologia irá aumentar ainda mais na indústria.
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