Tesla: funcionários descrevem cultura de trabalho “hardcore” de Elon Musk; veja

Trabalhadores da Tesla revelaram como a Elon Musk aplica sua filosofia extrema ao trabalho — e ela não agrada muitos
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ana Luiza Figueiredo 16/08/2023 16h52
Silhueta do Elon Musk com logotipo da Tesla ao fundo
(Imagem: kovop/Shutterstock)
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Elon Musk é conhecido por suas metas ambiciosas e seu comportamento impulsivo. Por mais de uma vez, o bilionário CEO da Tesla e SpaceX, e proprietário da X Corp (antigo Twitter), já fez promessas que não pôde cumprir.

O executivo estende sua filosofia de trabalho à cultura institucional da montadora, incentivando os funcionários a serem “super hardcore” ou “ultra hardcore”, como eles próprios relataram. No entanto, isso não é nada agradável ou saudável para muitos deles.

Leia mais:

Filosofia de Elon Musk

  • Um artigo do The Verge já havia descrito o jeito rígido e impulsivo de Elon Musk de comandar seus empreendimentos.
  • Inclusive, a reportagem mostra como Musk decidiu comprar a maior parte das ações do Twitter (como era chamado na época) depois da rede social revisar suas políticas de moderação de conteúdo e banir o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, conhecido por deliberadamente espalhar fake news.
  • Logo que chegou, o bilionário quis implementar mudanças sem precedentes e demitir milhares de funcionários.
  • Obviamente, tudo isso criou um clima ruim entre os trabalhadores da plataforma.
  • A reportagem, que escutou mais de duas dúzias de funcionários e ex-funcionários, revelou como, desde a compra da rede social em outubro de 2022, Elon Musk demonstrou falta de respeito e interesse pelos processos e pessoas que fazem a empresa funcionar.
  • Eles também testemunharam que sentiram um desrespeito pelas políticas de trabalho.
Elon Musk implementou sua filosofia de trabalho no Twitter – e os funcionários não gostaram muito (Imagem: kovop/Shutterstock)

Cultura de trabalho da Tesla

Se você já se perguntou como é trabalhar na inovadora Tesla, os funcionários contaram a experiência no segundo episódio do podcast Land of the Giants: The Tesla Shock Wave.

Segundo o engenheiro-chefe da suspensão do Model S, Huibert Mees, ele se tornou consumido pelo trabalho.

Você trabalhava horas e eram fins de semana, eram 8, 9, 10 da noite todas as noites.

Huibert Mees

Mees reconhece que a Tesla só é tão inovadora e agressiva comercialmente como é hoje por conta da agressividade também na cultura de trabalho. De acordo com ele, tudo era muito recompensador no começo, porque ele sentia que estava criando algo que revolucionaria todo um setor.

Os trabalhadores ainda relataram como houve comentários racistas e sexistas no dia a dia de trabalho e, apesar da Tesla negar, vários processos foram abertos.

Melvin Berry, que trabalhou como supervisor na Tesla de 2015 a 2016, foi um deles.

Meu supervisor me chamou de palavrões bem na frente de outros colegas de trabalho. (…) Tive que ter certeza de que ouvi o que ouvi.

Melvin Berry
Fachada de fábrica da Tesla
Talvez você não queira trabalhar na Tesla (Imagem: Reprodução/Bloomberg)

Abusos trabalhistas na gestão Elon Musk

  • No entanto, para muitos, a filosofia “hardcore” era extrema demais, chegando a ser abusiva.
  • Os funcionários contam como chegavam a dormir no chão da Tesla depois de trabalharem por 12 horas seguidas, desmaiando de desidratação.
  • Uma investigação da Forbes descobriu que a fábrica da empresa em Freemont, na Califórnia, registrava três vezes mais violações de segurança do que outras dez unidades de outras montadoras juntas.
  • As lesões também foram mais recorrentes do que a média nacional e o tempo de treinamento, mais curto.

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.