A compra por meio de e-commerce do tipo “cross border” – isto é, com produtos de outros países – cresceu 150% nos últimos cinco anos. É o que revelou um levantamento feito pela Receita Federal.

Para quem tem pressa:

  • A compra por meio de e-commerce do tipo “cross border” – isto é, com produtos de outros países (Shein, Wish, Shopee etc) – cresceu 150% nos últimos cinco anos;
  • Em 2022, por exemplo, mais de 176 milhões de coisas foram importadas (considerando tributáveis e isentos);
  • O crescimento da demanda por produtos importados exigiu que a infraestrutura logística utilizada por essas empresas ficasse mais robusta e eficiente.
  • No entanto, as regras para importação mudaram – e isso pode impactar esse crescimento.

Neste comércio eletrônico de produtos vindos do exterior entram plataformas como Shein, AliExpress, Wish, Shopee e Amazon. Em 2022, por exemplo, mais de 176 milhões de coisas foram importadas – considerando tanto tributáveis quanto isentos (por exemplo: cartas e documentos) – segundo os dados levantados pela Receita.

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Desse total, foram emitidas 3,4 milhões de declarações de importação de remessa (DIR), que totalizaram mais de US$ 245 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) – um crescimento de 32% em comparação a 2021.

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Up na infraestrutura logística

Homens dos correios carregando caixas
(Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O crescimento da demanda por produtos importados exigiu que a infraestrutura logística utilizada por essas empresas ficasse mais robusta e eficiente.

Para competir na corrida pela entrega mais rápida e acomodar a demanda crescente, as empresas do setor têm investido na construção de centros de distribuição enormes, parcerias com empresas internacionais de logística e expansão de frotas de aviões.

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A chinesa Shein, por exemplo, tem investido em galpões logísticos para sustentar sua operação, especialmente após a decisão de nacionalizar parte de sua produção.

Além disso, a empresa se associou a fabricantes locais e a plataformas de entregas, como a Pegaki, para expandir sua presença.

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Atualmente, a Shein conta com cinco centros de distribuição, somando aproximadamente 200 mil metros quadrados de área de armazenamento – isso dá 18 campos de futebol.

Outro exemplo é o AliExpress, marca de e-commerce do grupo chinês Alibaba. O Brasil se tornou uma das operações mais importantes da empresa em nível global, o levou ao aumento da infraestrutura logística dela no país.

Já a Shopee, conhecida por focar principalmente em transações locais, também abrange compras de outros países. E sua entrega é viabilizada por meio de parcerias com empresas de logística.

Caminho das ‘comprinhas online’

iPhone com logomarca do Aliexpress na tela rodeado de carrinhos de compra
(Imagem: Burdun Iliya/Shutterstock)

Para chegarem ao Brasil, os produtos estrangeiros são divididos em dois tipos de remessa: expressa e postal.

Para importações feitas por empresas, a remessa expressa é a mais comum. Já a remessa postal, que é um caminho mais barato para importações, é mais usada por pessoas físicas em compras de e-commerce de “cross border”.

No entanto, as regras para importação mudaram. Batizado de Remessa Conforme, o programa terá adesão voluntária por parte das varejistas.

O que muda é que os sites que aderirem precisarão cobrar os tributos no momento da compra. Atualmente, a cobrança só ocorre quando a mercadoria chega ao Brasil.

Em troca, eles terão isenção do Imposto de Importação – que, hoje, só é válido para o envio de remessas entre pessoas físicas. Esse imposto é federal e tem alíquota de 60% nas compras até US$ 50 (cerca de R$ 240).

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