A floresta amazônica cobre boa parte do noroeste do Brasil e se estende até a Colômbia, o Peru e outros países da América do Sul. Ela é considerada a maior floresta tropical do mundo e é famosa por sua biodiversidade. No entanto, não temos a real dimensão de quantas espécies diferentes de animais habitam a região. Para responder parte dessa pergunta, um grupo de pesquisadores quer mapear a quantidade de insetos diferentes que vivem na floresta amazônica.

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Calculando a quantidade de insetos na floresta amazônica

  • Os pesquisadores pretendem utilizar diferentes técnicas, desde a coleta do solo até às copas das árvores mais altas.
  • Além disso, a equipe irá contar com um laboratório para sequenciar o DNA das espécies encontradas.
  • Os insetos têm a maior diversidade entre todos os animais do planeta, mas ninguém sabe ao certo quantificar todos os tipos existentes.
  • “Mesmo para outras partes do mundo, ninguém nunca conseguiu fazer esse cálculo, há apenas inferências, construídas com base em algumas premissas que mais tarde percebemos estarem erradas”, afirma o biólogo da USP Dalton de Souza Amorim, líder do projeto de pesquisa.
  • Na Costa Rica, por exemplo, uma pesquisa feita em uma floresta tropical coletou apenas informações do solo e projetou uma diversidade de moscas de 8 mil espécies em dois hectares.
  • No entanto, os pesquisadores da USP acreditam que o número real possa chegar a pelo menos 20 mil.
  • “Um estudo que já fizemos coletando em uma torre na Amazônia mostrou que 60% da variedade da fauna na floresta não ocorria no nível do solo. É um número impressionante, importante tanto para a literatura científica quanto para que as pessoas tenham uma compreensão mais exata da dimensão da biodiversidade”, explica Amorim.

Importância das descobertas

  • As descobertas, segundo os pesquisadores, vão permitir compreender a sazonalidade das espécies de insetos naquele bioma, isto é, como elas variam ao longo do ano, de acordo com informações do Jornal da USP.
  • “Quais espécies aumentam sua população na estação seca? Quais as que só aparecem quando há chuva? As coletas serão feitas nos diferentes meses do ano e, com o acúmulo de informação, podemos começar a entender a complexidade da floresta”, diz o cientista.
  • Também está nos planos fazer uma comparação da composição da biodiversidade em diferentes partes da Amazônia.
  • A ideia é saber o quanto a fauna de insetos muda quando se atravessa, por exemplo, de uma margem do Rio Negro para a outra.
  • Para isso, serão feitas coletas pelo menos em três lugares: na região de Manaus; a oeste do Rio Negro; e ao sul do Rio Amazonas.
  • Esses dados estão sendo reunidos por um “projeto-irmão” cobrindo outras partes da Amazônia, em um novo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) que vai estudar a biodiversidade entre os grandes divisores de água na Amazônia.

Análise das amostras de DNA

  • As amostras encontradas serão recolhidas em diferentes pontos durante um período de 14 meses.
  • Além de armadilhas de interceptação de voo, serão usados outros métodos de coleta.
  • “Tem insetos que vivem naqueles ‘copinhos’ que se formam no meio das bromélias e acumulam água de chuva. Esses insetos não caem nas armadilhas, daí a gente precisa subir 25 metros para coletá-los na copa das árvores. Alguns vivem no meio das folhas acumuladas no solo, outros vivem nos igarapés. Então é necessário utilizar muitas técnicas adicionais para complementar as coletas na torre”, detalha o pesquisador.
  • No laboratório de biologia molecular será feito o sequenciamento genético dos insetos coletados.
  • Para isso, profissionais de vários ramos da biologia, como taxonomia, ecologia, sistemática molecular, bioinformática, biologia evolutiva, atuarão no estudo.

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