Um novo medicamento desenvolvido por pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, pode ajudar a tratar um tipo de colesterol ruim e causado, em grande parte, por fatores genéticos. A droga oferece um tratamento inovador para quem tem altos índices de lipoproteína(a), uma forma de colesterol que aumenta o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).

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Lp(a): não existem tratamentos

  • Segundo o estudo publicado na revista JAMA Network, a grande quantidade de Lp(a) afeta a saúde de uma em cada cinco pessoas em todo o mundo.
  • No entanto, até o momento, não há nenhum tratamento contra essa condição.
  • Descoberta há quase 60 anos, essa molécula de lipoproteína é semelhante ao colesterol LDL, comumente chamado de “colesterol ruim”, mas por ser mais pegajosa acaba aumentando o risco de bloqueios e coágulos sanguíneos nas artérias.
  • O líder do estudo, Stephen Nicholls, explica que, nos últimos 10 anos, os institutos de pesquisa têm trabalhado para encontrar uma solução direcionada para tratar a Lp(a).
  • Entretanto, os avanços alcançados até agora têm sido difíceis de serem administrados, como terapias no formato de injeções, ainda não disponíveis.
  • “Nossos médicos não têm ferramentas eficazes para agir. Essa droga é uma virada de jogo em mais de um aspecto. Não só temos a opção de reduzir uma forma indescritível de colesterol, mas poder administrá-la em um comprimido oral significa que será mais acessível aos pacientes”, destaca o também cardiologista e diretor do Victorian Heart Institute da Universidade Monash.
  • O estudo mostra que medicamentos que são normalmente utilizados para reduzir o LDL não têm o mesmo efeito sobre a Lp(a), segundo informações da New Atlas.
  • O desequilíbrio nesse tipo de colesterol tem grande motivação genética.
  • Além disso, a lipoproteína(a) é difícil de controlar através de uma dieta balanceada, exercício e outras mudanças no estilo de vida.

O novo medicamento

  • Para avaliar a capacidade da droga experimental, os cientistas incluíram um total de 114 participantes.
  • Desses, 89 receberam muvalaplin e 25, um placebo.
  • Entre os voluntários, uma parte recebeu uma única dose do composto, enquanto outras várias doses ao longo do período do estudo.
  • Os resultados obtidos indicam que a droga foi bem aceita e tolerada, também não foi registrada ocorrência de eventos adversos graves relacionados ao tratamento.
  • Além disso, observou-se que a ação do medicamento se deu de maneira previsível e proporcional à dose administrada.
  • A redução nos níveis de Lp(a) variou conforme a quantidade de remédio ingerida pelos participantes, alcançando uma redução de até 65% da substância após a administração diária durante 14 dias.
  • Apesar dos resultados positivos obtidos, os pesquisadores defendem que é necessário realizar novos testes, e que ainda não é possível saber se a redução de colesterol provocada pelo novo remédio vai diminuir o risco cardiovascular.

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