Os efeitos das mudanças climáticas podem ser sentidos e percebidos de diferentes formas. Uma delas é o aumento do risco de incêndios florestais de grandes proporções. É o que aponta um estudo publicado na revista Nature e que leva em conta os desastres naturais registrados recentemente no Canadá, Grécia e Havaí.

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O que aponta o estudo

Cientistas do Breakthrough Institute, um centro de pesquisa sem fins lucrativos, descobriram que o aquecimento global aumentou a frequência de incêndios florestais “extremos” em 25%, em média, em comparação com a era pré-industrial.

Os pesquisadores examinaram uma série de incêndios de 2003 a 2020 e usaram aprendizado de máquina para analisar a ligação entre temperaturas médias mais altas, condições mais secas e os incêndios de propagação mais rápida, que são aqueles que queimam mais de 4 mil hectares por dia.

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O impacto das mudanças climáticas variou de caso para caso. Em certas condições parcialmente secas, o aquecimento global tornou os incêndios extremos muito mais prováveis. Já em condições muito secas, o impacto foi menor.

Riscos de grandes incêndios podem aumentar consideravelmente

  • Os pesquisadores calcularam que o risco de grandes incêndios poderia aumentar, em média, em 59% até o final do século em um cenário de “baixas emissões” de carbono, em que o aquecimento global é limitado a 1,8 ºC acima dos níveis pré-industriais.
  • Mas em caso de altas emissões de gases de efeito estufa, o risco aumentaria em até 172%.
  • A superfície da Terra já aqueceu 1,2°C, de acordo com informações da ScienceAlert.
Mudanças climáticas provocam o aumento do risco de grandes incêndios florestais (Imagem: Ares Jonekson/Shutterstock)

Havaí, Canadá e Grécia: analisando casos recentes

Usando dados de incêndios registrados recentemente, os pesquisadores mediram a probabilidade de um determinado incêndio se transformar em um incêndio “extremo”. Em seguida, usaram modelos de computador para calcular até que ponto o aumento pós-industrial das temperaturas elevou esse risco.

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O estudo levou em conta variáveis como precipitação, vento e umidade absoluta. E também usou informações de situações recentes.

Um dos casos mais emblemáticos aconteceu no Havaí, onde pelo menos 115 pessoas morreram. Já no Canadá, 200 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas ao fugir das chamas. E na Europa, a Grécia tem sido castigada pelos incêndios florestais que já mataram 20 pessoas.

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Um relatório de 2022 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente sobre incêndios florestais aponta que esses fenômenos estão se tornando mais comuns devido a condições mais quentes e secas causadas pelas mudanças climáticas, inclusive em regiões tradicionalmente não propensas a eles.

Especialistas defendem uma necessidade global de reequilibrar os gastos para melhorar as medidas de mitigação de riscos, como o manejo da vegetação e a previsão de perigo de incêndio. O novo estudo pode ajudar a mapear onde esses incêndios podem se tornar mais perigosos no futuro.

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