USP projeta avião que pode reduzir até 30% o consumo de combustível

Pesquisadores desenvolveram uma miniatura de aeronave para testar o projeto em túneis de vento
Por Alisson Santos, editado por Bruno Capozzi 31/08/2023 19h17, atualizada em 04/09/2023 21h12
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Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) estão trabalhando em um novo conceito de avião comercial que deverá reduzir os índices de emissão de carbono pela aviação.

O artigo “Potential Propulsive and Aerodynamic Benefits of a New Aircraft Concept: A Low-Speed Experimental Study”, publicado na revista Aerospace, apresenta o projeto de Pedro David Bravo-Mosquera. A pesquisa pretende direcionar novos rumos no desenvolvimento de aviões de grande porte.

Testes

  • Segundo o Jornal da USP, o projeto de avião foi reproduzido em uma versão 28 vezes menor que um avião comercial, para ser testado em túneis de vento;
  • Em comparação aos grandes jatos convencionais, o modelo traz uma redução de cerca de 12% no combustível queimado;
  • Os pesquisadores estimam que uma economia de até 30% pode ser alcançada com os combustíveis alternativos e os materiais mais leves – previstos para os próximos 20 anos. 
Miniatura utilizada nos testes / Imagem: Pedro Bravo-Mosquera

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O projeto conta com uma nova tecnologia conhecida como asa em caixa – como se fossem duas asas em alturas diferentes que se juntam nas pontas, melhorando a eficiência e estabilidade do voo. “A principal vantagem desta configuração é aumento da eficiência aerodinâmica em cruzeiro e uma melhor distribuição dos esforços aerodinâmicos entre as asas, o que pode reduzir o peso da estrutura”, destaca Mosquera.

Novos recursos

Além disso, a reprodução da aeronave apresenta uma tecnologia que implementa os motores junto ao corpo do avião. Nesse sistema de propulsão chamado “ingestão de camada limite”, os motores conseguem sugar o escoamento de ar ao redor da aeronave – permitindo que o avião se mova com menos potência. Como resultando, o modelo usa menos combustível.

“Ele apresenta o benefício de diminuição do arrasto induzido quando há duas asas conectadas às pontas. Existe um fenômeno de vórtice de ponta em uma asa normal que pode ser reduzido se conseguirmos fazer asas mais longas, ou com uma superfície vertical na ponta delas”, afirma Pedro Mosquera.

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Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.