Montadoras europeias se mostraram determinadas em comercializar veículos elétricos (EVs) a preços mais competitivos para bater os valores oferecidos pelas fabricantes chinesas. Executivos ouvidos pela Reuters no Salão de Munique, na Alemanha, enfatizaram a intenção de derrubar a China da liderança no mercado de EVs quando o assunto é preço acessível.

Para quem tem pressa:

  • A entrada de fabricantes chineses de EVs na Europa levantou preocupações de que eles possam dominar as vendas desse tipo de veículo;
  • Executivos de grandes marcas europeias enfatizaram a intenção de derrubar a China da liderança no mercado de EVs quando o assunto é preço acessível;
  • Empresas como BMW e Mercedes-Benz desenvolvem EVs com mais autonomia e eficiência, ao mesmo tempo em que reduzem os custos de produção;
  • Fabricantes chinesas de carros elétricos – por exemplo: BYD, Nio e Xpeng – têm mirado o mercado europeu, onde as vendas desse tipo de veículo aumentaram 55% em 2023.

Fabricantes chinesas de carros elétricos – por exemplo: BYD, Nio e Xpeng – têm mirado o mercado europeu, onde as vendas desse tipo de veículo aumentaram 55% entre janeiro e julho de 2023. Isso representa cerca de 820 mil veículos – aproximadamente 13% das vendas de carros considerando elétricos e a combustão.

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Estratégias das montadoras europeias

Linha de produção da Mercedes-Benz
(Imagem: Divulgação/Mercedes-Benz)

A entrada de fabricantes chineses de EVs na Europa levantou preocupações de que eles possam dominar as vendas desse tipo de veículo.

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Pesquisadores da Jato Dynamics observaram que, no primeiro semestre de 2022, o EV médio na China custava menos de US$ 35 mil (aproximadamente R$ 172 mil, em conversão direta), em comparação com cerca de US$ 60 mil (R$ 296 mil) na Europa.

“Estamos perdendo nossa competitividade [na Alemanha]”, disse Hildegard Mueller, presidente da Associação Alemã da Indústria Automobilística (VDA, na sigla em inglês). Ainda segundo Mueller, o Salão de Munique ilustra “como a alta pressão da competição internacional” torna essencial para a Alemanha investir mais na eletrificação.

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Para competir, empresas como Mercedes-Benz e BMW estão focadas no desenvolvimento de veículos elétricos com mais autonomia e eficiência, ao mesmo tempo em que reduzem os custos de produção.

A Volkswagen, por exemplo, pretende reduzir os custos das células de bateria em 50% por meio de parcerias na China.

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Carlos Tavares, CEO da Stellantis – empresa dona da Renault (e outras 13 marcas) – compartilhou que o R5 VE, previsto para ser lançado em 2024, será de 25% a 30% mais barato do que seus modelos elétricos Scenic e Megane.

Isso faz parte da estratégia da Renault para oferecer preços competitivos em comparação às montadoras chinesas.

Devemos reduzir a diferença nos custos com alguns players chineses que começaram com os EVs uma geração antes.

Luca de Meo, CEO da Renault, em entrevista à Reuters no Salão de Munique

O executivo acrescentou que quando os custos de fabricação diminuírem, os preços também cairão.

As montadoras chinesas

BYD fábrica
Fábrica da BYD em Changzhou (Imagem: Divulgação/BYD)

A Xpeng planeja expandir para mais mercados europeus em 2024, e a Zhejiang Leapmotor Technology anunciou o lançamento de cinco modelos para mercados estrangeiros, incluindo a Europa, nos próximos dois anos.

A Inovev, uma consultoria automobilística, relatou que as marcas chinesas representaram 8% dos novos veículos elétricos vendidos na Europa em 2023. Em 2022, a taxa ficou em 6%, enquanto em 2021 foi 4%.

O Salão de Munique contou com uma presença significativa de empresas asiáticas, com cerca de 41% dos expositores sediados na Ásia, incluindo um número crescente de empresas chinesas como BYD, Xpeng e CATL, uma fabricante de baterias.

Brian Gu, presidente da Xpeng, reconheceu que as montadoras europeias estão atualmente atrás da China no desenvolvimento de EVs. Mas elogiou seu “grande comprometimento” com os EVs por meio de parcerias e investimentos substanciais em tecnologia.

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