Idade da Pedra: veja pegadas de animais e humanos esculpidas em rochas

Pegadas da Idade da Pedra encontradas na Namíbia são tão precisas que pesquisadores puderam definir até o gênero e a idade de animais e humanos
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Capozzi 13/09/2023 19h32, atualizada em 15/09/2023 21h13
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Artes rupestres da Idade da Pedra encontradas nas montanhas de Doro Nawas, na Namíbia, foram feitas com tamanha riqueza de detalhes que especialistas conseguiram distinguir animais e humanos, definir seu gênero e idade. São mais de 500 pegadas esculpidas em rochas que, com a ajuda de rastreadores indígenas, foram desvendadas.

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Pegadas rupestres da Idade da Pedra

  • De acordo com o site IFLScience, os pesquisadores contrataram três indígenas especialistas em rastreamento. Todos já haviam trabalhado com rastreamento de caça comercial no deserto de Kalahari antes.
  • Esses especialistas, então, analisaram 513 pegadas esculpidas durante a Idade da Pedra.
  • Eles descobriram que se tratavam de 345 pegas de quadrúpedes, 62 de pássaros e 106 de humanos.
  • Entre eles, os pesquisadores e rastreadores identificaram 40 espécies diferentes, em sua maioria girafas, gazelas, antílopes e rinocerontes. Ainda foi possível identificar gatos selvagens africanos, gnus, búfalos e uma chita (que conhecemos popularmente como guepardo).
(Foto: Andreas Pastoors/Reprodução)

Definições específicas

Pela riqueza de detalhes, os pesquisadores e rastreadores indígenas conseguiram definir até o gênero, a idade e de qual perna se tratava cada pegada. Eles descobriram que os registros eram de 398 animais adultos e 98 não adultos. Foram 227 pegadas de animais machos e 180 de fêmeas.

Em relação às 106 pegadas humanas, a maioria era de pessoas não adultas, sendo apenas 15 de adultos. 74 pegadas eram de homens e 32 de mulheres. 56 eram do pé direito e 50, do esquerdo.

Importância e significado

Normalmente, artes rupestres não são tão bem definidas e, quando são, ainda não é possível distinguir elementos tão precisos.

Para os pesquisadores, isso é um sinal de que esses registros, bem como a diferenciação entre pé direito e esquerdo, podem ter um significado importante para a comunidade da Idade da Pedra que fez as artes.

O estudo foi publicado na revista PLOS ONE.

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.