Pesquisadores descobriram como Alzheimer “mata” neurônios e causa declínio cognitivo

Cientistas da Bélgica e Reino Unido desvendaram mistério sobre morte celular no Alzheimer, que pode ajudar no tratamento da doença
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Ana Luiza Figueiredo 15/09/2023 20h13
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Crédito: Atthapon Raksthaput - Shutterstock
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Cientistas tentam há décadas desvendar como se dá o declínio cognitivo causado pela morte de células cerebrais decorrente do Alzheimer. Pesquisadores do Reino Unido e da Bélgica podem ter finalmente descoberto o porquê de isso acontecer. A razão tem a ver com um mecanismo de proteção do corpo contra esses neurônios. Assim, eles abrem caminhos para novas pesquisas de um tratamento para a doença.

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Morte celular e Alzheimer

  • Um dos processos no cérebro durante o Alzheimer é o acúmulo de proteínas anormais, chamadas de amiloide e TAU. Outro, é a morte das células cerebrais, que causa o declínio cognitivo.
  • Até agora, os cientistas não haviam entendido qual era a relação dessa primeira característica com a morte das células.
  • Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Pesquisa de Demência do Reino Unido e da KU Leuven, na Bélgica, e publicado na revista científica Science apresenta possíveis soluções.
  • Segundo eles, o amiloide se acumula entre os neurônios e leva a uma inflamação cerebral. Isso é nocivo para os neurônios, uma vez que começa a mudar a sua química interna.
  • Então, os TAU, outra característica do Alzheimer, também começam a surgir e produzem uma molécula (chamada MEG3) que provoca a morte dos neurônios impactados. Esse processo é chamado de necroptose e consiste em uma morte programada, quando o corpo se movimenta para eliminar células indesejadas.
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Descoberta ainda está em etapas iniciais (Imagem: DedMityay / Shutterstock.com)

Soluções e testes

No entanto, os pesquisadores também acharam uma forma de contornar isso. Quando eles bloqueiam a molécula MEG3, as células cerebrais vivem.

Os testes que envolvem a descoberta do porquê os neurônios morrem foram feitos em camundongos geneticamente modificados, programados para terem grandes quantidades de amiloide anormal.

Outra esperança é que já existem medicamentos que eliminam o amiloide do cérebro.

O que isso significa

Os cientistas lembraram que, apesar da descoberta abrir possibilidades no campo de pesquisa do Alzheimer e dar esperanças sobre como seguir, anos de pesquisa ainda serão necessários.

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Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.