O Brasil conta com um dos menores índices de cobertura vacinal da história recente. A maior preocupação é em relação a crianças e adolescentes. Por isso, especialistas têm defendido que esse público seja imunizado nas escolas.
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A chefe de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Luciana Phebo, defende a vacinação nas escolas como uma forma de acelerar a retomada das coberturas vacinais, que precisam ser recuperadas antes que doenças controladas por elas voltem a incidir no país, como a paralisia infantil.
Outros setores como a educação devem trabalhar junto com o SUS e o Programa Nacional de Imunizações. Se as escolas não atuarem junto, nós não vamos conseguir dar essa aceleração
Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil
Para a especialista, atuação vai além de vacinar nas unidades de ensino. Também é necessário realizar campanhas de imunização e educação em saúde. As informações são da Agência Brasil.
Mães concordam com a iniciativa
A importância e as facilidades trazidas pela vacinação nas escolas também são reconhecidas por parte das mães brasileiras. Uma pesquisa realizada pela farmacêutica Pfizer e pelo Instituto Locomotiva apontou que 76% das mães consideram o ambiente escolar como o lugar ideal para a vacinação infantil.
As respostas indicam que as mães gostariam de ser ajudadas pela escola a manter o calendário vacinal em dia. O questionário aplicado nas cinco regiões do país também mostrou que 81% das entrevistadas ficariam seguras com a vacinação dentro da escola se soubessem que ela seria realizada por profissionais de saúde qualificados.
Ainda de acordo com a pesquisa, 91% das entrevistadas afirmam que provavelmente autorizariam os filhos a receber as doses na escola.

Vacinação nas escolas
Vacinar nas escolas já faz parte dos planos do Ministério da Saúde para enfrentar as baixas coberturas vacinais. A estratégia de multivacinação adotada no Amazonas e no Acre desde junho, por exemplo, prevê essa ação entre as possibilidades de imunização fora dos postos de saúde.
A imunização de crianças e adolescentes nos ambientes escolares deve incluir o apoio de profissionais de saúde da atenção primária, para leitura de caderneta de vacinação, a imunização propriamente dita, e o registro de doses aplicadas no Sistema de Informação Oficial do Ministério da Saúde. O público prioritário para essa ação são as crianças e os adolescentes de 9 a 15 anos de idade, e as vacinas oferecidas são dT, Febre Amarela, HPV, Tríplice Viral, Hepatite B, Meningite ACWY e Covid-19.
O Ministério da Saúde orienta ainda que a vacinação escolar deve ser precedida de ação pedagógica e de divulgação voltada aos estudantes sobre a importância da vacinação. Caso o responsável não queira autorizar a imunização da criança ou adolescente, ele deverá ser orientado a assinar e encaminhar à escola o “Termo de Recusa de Vacinação”.
Rio de Janeiro é exemplo
- No Rio de Janeiro, um programa de vacinação nas escolas foi lançado no último dia 15, com a possibilidade de imunização nas escolas públicas e particulares.
- Uma das vacinas disponíveis é a do HPV.
- O imunizante garante maior proteção se for aplicada antes do início da vida sexual e o vírus contra o qual ela protege é o maior causador de câncer de colo de útero, além de estar associado a tumores malignos no pênis, ânus e garganta.
- Em um mês do programa, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro aplicou 28 mil doses em mais de 1,2 mil escolas da cidade.
- Somente contra o HPV, mais de 11,5 mil adolescentes foram protegidos.