Pesquisadores analisam a complexidade da doença de Alzheimer

Equipe utilizou mais de duas milhões de células de mais de 400 amostras cerebrais
Por Alisson Santos, editado por Rodrigo Mozelli 29/09/2023 06h00
Alzheimer Covid-19
Imagem: tampatra/iStock
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Investigando os potenciais tratamentos de Alzheimer, uma equipe do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) (EUA), realizou mega análise das alterações genômicas, epigenômicas e transcriptômicas que ocorrem em todos os tipos de células nos cérebros dos pacientes diagnosticados com a doença.

O Alzheimer afeta mais de seis milhões de pessoas nos Estados Unidos, segundo o Medical Xpress. Até hoje, poucos tratamentos foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de saúde dos EUA) que podem retardar a progressão da doença.

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Os estudos

  • Durante os testes, os pesquisadores do MIT utilizaram mais de duas milhões de células de mais de 400 amostras cerebrais para analisar como a expressão genética é interrompida enquanto a doença avança;
  • Eles também rastrearam mudanças nas modificações epigenômicas das células – que podem ajudar a determinar quais genes estão ativados ou desativados em determinada célula;
  • Como resultado, essas abordagens podem oferecer visão mais detalhada das bases genéticas e moleculares da doença de Alzheimer.

“O que nos propusemos a fazer foi combinar nossos conhecimentos computacionais e biológicos e dar olhada imparcial na doença de Alzheimer em escala sem precedentes em centenas de indivíduos – algo que nunca foi realizado antes”, afirma Manolis Kellis, professor de ciência da computação no Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial (CSAIL) do MIT.

Essas descobertas sugerem que possível interação entre as alterações genéticas e epigenéticas pode fazer com que elas se alimentem umas das outras – impulsionando as manifestações patológicas da doença. Além disso, a análise revelou que as pessoas cognitivamente resilientes tinham populações maiores de dois subconjuntos de neurônios inibitórios no córtex pré-frontal. 

“É um processo multifatorial”, disse Li-Huei Tsai, diretor do Instituto Picower de Aprendizagem e Memória do MIT. “Esses artigos juntos usam abordagens diferentes que apontam para um quadro convergente da doença de Alzheimer, onde os neurônios afetados têm defeitos em seu genoma 3D, e isso é causal para muitos dos fenótipos da doença que vemos.”

Prevenção

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Esse número deve chegar a 50 milhões de pessoas no mundo todo.

O Ministério destaca alguns pontos fundamentais para evitar a doença, entre eles: ter vida ativa e com objetivos, praticar atividade física regular por pelo menos por 150 minutos por semana, controlar os fatores de risco cardiovascular – como hipertensão e diabetes -, estudar e adquirir conhecimento, trabalhar sua capacidade de concentração e dormir bem.

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Alisson Santos
Redator(a)

Alisson Santos é estudante de jornalismo pelo Centro Universitário das Américas (FAM). Atualmente é redator em Hard News no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.