Novas aeronaves usarão IA para pousar de forma autônoma

Um algoritmo alimentado por IA está sendo usado para desenvolver aeronaves capazes de pousar de forma autônoma no convés de um navio
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 03/10/2023 15h42
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Imagem: The Mariner 4291/Shutterstock
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Pousar um helicóptero no convés de um navio é uma das manobras mais desafiadoras e complexas exigidas de um piloto da Marinha. Os principais desafios estão relacionados ao pequeno espaço disponível e o constante provocado pelo movimento do mar. Diversas propostas para automatizar o pouso nessas condições acabaram descartadas. Agora, pesquisadores da Texas A&M University estão utilizando um algoritmo alimentado por inteligência artificial nessa missão.

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Automatizando os pousos a partir da IA

Os pesquisadores contam com o apoio da Marinha dos EUA no desenvolvimento da próxima geração de aeronaves de decolagem e pouso vertical totalmente autônomas. Ao combinar um projeto de aeronave ideal com a IA, eles estão propondo uma nova abordagem para aeronaves automatizadas pousando em mares agitados.

Quando um piloto de helicóptero tenta pousar em um convés de navio, ele realmente não olha para o convés em movimento. Se eles olharem para o convés em movimento, isso desorientará o piloto, então eles são treinados para olhar para um equipamento especializado no navio chamado barra do horizonte, que é uma faixa verde, iluminada e giratória estabilizada que fornece ao piloto um horizonte artificial.

Dr. Moble Benedict, professor da Texas A&M e principal investigador do projeto

Estudos recentes se concentraram em rastrear o convés do navio em vez da barra do horizonte usando câmeras, GPS e lidar para rastrear o navio em movimento e ajustar a aeronave para corresponder ao seu movimento. Em vez disso, os pesquisadores estão automatizando o processo de pouso imitando o comportamento de um piloto enquanto rastreiam a barra do horizonte.

O algoritmo de controle de aprendizado de reforço é tão preciso que, mesmo que um veículo esteja mudando de curso ou na presença de ventos fortes, ele ainda pode rastrear a barra do horizonte.

A tecnologia já mostrou resultados promissores com testes sendo realizados com sucesso para rastrear e pousar com segurança um sistema aéreo não tripulado em várias condições, incluindo ventos horizontais moderados, visibilidade nebulosa e mudanças de curso e velocidade.

Veja o sistema em operação:

A Marinha dos EUA está interessada em três elementos: uma aeronave que seja independente da pista, o que significa que pode decolar e pousar verticalmente; eficiência de cruzeiro para que ela possa voar por longas durações; e a capacidade de pousar em convés de navios em movimento com segurança e sucesso.

Novas aeronaves

  • A tecnologia desenvolvida está sendo usada em helicópteros nesse primeiro momento.
  • No futuro, os pesquisadores querem criar aeronaves mais resistentes a rajadas de vento e eficientes, que podem incluir asas dobráveis ao fazer a transição do voo vertical para o cruzeiro de asa fixa.
  • Usando simulações, testes em túnel de vento e testes de voo, eles analisarão o desempenho e a dinâmica dos equipamentos para construir um modelo em escala reduzida.
  • Já o algoritmo alimentado pela IA ajudará a aeronave a lidar com condições difíceis e otimizará os dados em tempo real para que a aeronave se adapte rapidamente ao cenário, reagindo de forma semelhante a um piloto.
  • As informações são da Tech Xplore.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.