Ângela: filme sobre crime que parou o Brasil em 1976 chega ao Prime Video 

Protagonizado por Isis Valverde, longa está entre os 28 filmes brasileiros que irão concorrer a uma vaga no Oscar
Tamires Ferreira09/10/2023 10h57, atualizada em 09/10/2023 11h07
Ângela O Filme
Imagem: divulgação/redes sociais Isis Valverde
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Ângela, filme que apresenta um dos casos de feminicídio mais famosos do Brasil, finalmente chegou ao catálogo do Prime Video. Estrelado por Isis Valverde, o longa conta a história de Ângela Diniz, socialite assassinada em 1976 com quatro tiros pelo então namorado, Raul Street, conhecido como Doca, em uma mansão em Búzios, Rio de Janeiro. 

O que você precisa saber: 

  • Dirigido por Hugo Prata (Elis) e escrito por Duda de Almeida (Sintonia), Ângela chegou aos cinemas em 7 de setembro; 
  • Além de Valverde, o elenco conta ainda com Emilio Orciollo Netto, Bianca Bin, Gustavo Machado e Chris Couto; 
  • A história da socialite foi resgatada recentemente pelo podcast Praia dos Ossos, produzido pela Rádio Novelo, que foi fenômeno de audiência em 2020; 
  • Indicado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, Ângela está entre os 28 filmes brasileiros que irão concorrer a uma vaga no Oscar na categoria Melhor Filme Internacional. 

Leia mais! 

Relembre o caso Ângela 

  • Ângela Diniz morreu em 30 de dezembro de 1976 após ser alvejada por quatro tiros disparados por Doca (três no rosto e um na nuca); 
  • O assassinato aconteceu após uma discussão, na qual a socialite, conhecida como a Pantera de Minas, decidiu terminar o relacionamento, marcado por muitas brigas e crises de ciúmes; 
  • Após ficar semanas foragido, Doca se entregou à polícia e sua defesa se baseou na tese da legítima defesa da honra e crime passional — na tese da legítima defesa da honra, um homem poderia, em caso de adultério, matar a esposa ou namorada, sob alegação de que ela o teria traído; 
  • O caso não se tornou famoso não apenas pela popularidade de Ângela, que estava sempre nas capas de revistas, mas pela opinião pública ficar ao lado do assassino durante o período do julgamento, que foi transmitido ao vivo (as pessoas acompanharam como uma novela); 
  • Doca Street recebeu uma pena leve de dois anos em 1977 e acabou, posteriormente, sendo liberado da prisão. 

Assista abaixo ao trailer!

O crime, que parou o Brasil e foi amplamente coberto pela mídia, se tornou um dos mais icônicos na Justiça brasileira, isso porque o caso acabou ajudando, mesmo que anos depois, a mudar regras em julgamentos de feminicídio. Em setembro de 2023, conforme divulgado pela BBC News, o STF julgou inconstitucional o argumento da defesa da honra, proibindo seu uso de forma direta ou indireta, sendo aplicável a anulação do julgamento — vale pontuar que o argumento não consta no Código Penal brasileiro.  

  • Após protestos ao redor do país com repercussão nacional e mais três casos de assassinatos como o de Ângela Diniz, a onda feminista ‘Quem ama não mata’, da organização Centro da Mulher Brasileira, cresceu, pressionando para um novo julgamento. Um segundo tribunal aumentou, em 1981, a pena de Street para 15 anos por homicídio qualificado. 

De acordo com o UOL, Doca ficou preso até 1987 e, em 2006, lançou o livro “Mea Culpa”, em que conta sua versão do crime. Ele morreu em dezembro de 2020, após um ataque cardíaco. 


Assista a filmes e séries

Assine Amazon Prime para assistir a filmes e séries populares, incluindo Amazon Originals premiados. O Amazon Prime também inclui a entrega GRÁTIS e rápida de milhares de itens elegíveis, mais de 2 milhões de músicas sem anúncios e muito mais. Clique aqui e comece seu teste GRÁTIS por 30 dias!

Tamires Ferreira
Redator(a)

Tamires Ferreira é jornalista formada pela Fiam-Faam e tem como experiência a produção em TV, sites e redes sociais, além de reportagens especiais. Atualmente é redatora de Hard News no Olhar Digital.