O Arrokoth é um objeto transnetuniano que ficou famoso no Ano Novo de 2020 depois que a sonda New Horizon passou por ele. Agora, um novo estudo revelou uma descoberta fascinante sobre o objeto que pode nos dizer mais sobre a formação do nosso Sistema Solar.

  • O Arrokoth foi observado pela primeira vez em junho de 2014, pelo Telescópio Espacial Hubble;
  • Ele está localizado no Cinturão de Kuiper, a cerca de 6,5 bilhões de quilômetros do Sol;
  • O objeto possui cerca de 35 quilômetros de diâmetro e formado por dois lóbulos, um maior que o outro, se assemelhando a um boneco de neve.

A pesquisa recentemente publicada no The Planetary Science Journal foi conduzida por pesquisadores do Southwest Research Institute e revelou que os dois lóbulos que o compõem estão pontilhados de montes. Cada um deles tem cerca de 5 quilômetros de diâmetro e compartilham de forma, tamanho, cor e refletividade semelhantes. Essas características indicam que eles possuem origem comum e se agruparam em algum momento do início do Sistema Solar para formar o Arrokoth.

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É incrível ver este objeto tão bem preservado que sua forma revela diretamente esses detalhes de sua montagem a partir de um conjunto de blocos de construção muito semelhantes entre si.

Will Grundy, co investigador da New Horizon, em comunicado

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Planetesimal e formação do Sistema Solar

O objeto é classificado como um planetesimal, corpos pequenos que acredita-se terem se juntado lentamente para formar os planetas. No caso de Arrakoth, os lóbulos sugerem um “modelo de instabilidade de fluxo”, onde colisões extremamente suaves, ocorrendo a velocidades muito lentas, permitiram que objetos menores se agregassem e formassem objetos maiores. No entanto, as características uniformes dos montes nos lóbulos de Arrokoth levantam questões sobre a natureza desses “blocos de construção”.

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Essas semelhanças fornecem novas informações sobre a formação do Arrokoth que podem desafiar nossa compreensão da formação de planetesimais. De acordo com Alan Stern, investigador principal do estudo, se os montes realmente representam os blocos de construção de objetos do tipo, isso poderia exigir uma reavaliação das teorias sobre a formação desses corpos celestes.

À medida que futuras missões se aproximam, com a Lucy, da NASA, que irá visitar os asteroides troianos de Júpiter, e um interceptador de cometas, da ESA, o interesse em compreender a composição desses objetos planetesimais só deve aumentar. O objetivo desses esforços, é observar planetesimais, assim com Arrakoth.

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Será importante procurar estruturas semelhantes a montículos nos planetesimais que estas missões observam para ver quão comum é este fenómeno, como um guia adicional para as teorias de formação de planetesimais.

Alan Stern

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