Um estudo do Instituto de Pesquisa do Câncer Olivia Newton-John, da Universidade La Trobe, na Austrália, descobriu que a recuperação de pacientes com câncer de intestino está associada à eficácia de um grupo de células imunológicas presentes nos intestino grosso: as células T gama delta.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que haverá aproximadamente 45.630 novos casos de câncer de cólon e reto (ou câncer de intestino) no Brasil a cada ano, de 2023 a 2025, com uma taxa de incidência estimada de 21,1 casos por 100 mil habitantes.
A nova descoberta, publicado na revista Science Immunology, é um avanço no desenvolvimento de tratamentos para milhares de pacientes com a doença.
Células T: defensores da linha de frente no intestino
A Dra. Lisa Mielke, chefe do Laboratório de Imunidade e Câncer da Mucosa do Instituto de Pesquisa do Câncer Olivia Newton-John, explicou ao New Atlas que as células T gama delta “atuam como nossos defensores da linha de frente no intestino”. Elas são responsáveis por patrulhar e proteger as células epiteliais que revestem o intestino, agindo contra potenciais ameaças de câncer.
Leia mais:
- Novo estudo alcança resposta dupla nas células cancerígenas e imunológicas
- Essa descoberta pode revolucionar tratamento de câncer e outras doenças
- UE aprova redução dos limites para nitritos e nitratos em alimentos para combater câncer
Principais descobertas da pequisa:
- O estudo descobriu que quanto mais essas células estavam presentes no tumor, melhor era a resposta do paciente ao câncer.
- Os pesquisadores encontraram uma grande quantidade do fator de transcrição molecular 1 (TCF-1) nas células T gama delta.
- O TCF-1 é um regulador central do desenvolvimento e função das células T.
- Segundo Marina Yakou, coautora do estudo, “esta molécula suprime a nossa resposta imunitária natural, as células T gama delta, no combate ao câncer do intestino”.
- Quando as cientistas excluíram o TCF-1 nas células T gama delta, o tumor diminuiu de tamanho.
A pesquisa aprofunda a compreensão sobre o microbioma e a interação entre células imunológicas e o intestino. Isso abre portas para avanços nos exames de câncer e tratamentos mais eficazes para reduzir o risco e melhorar a recuperação do paciente.
Nossa descoberta pioneira no mundo abre um novo roteiro para o desenvolvimento de imunoterapias combinadas direcionadas para tratar de forma mais eficaz pacientes com câncer de intestino.
Marina Yakou