O ensino à distância ou educação à distância (EAD) ganhou força em função da pandemia de Covid-19. A modalidade, no entanto, não deixou de ser tendência com o fim da crise sanitária. Dados do Censo da Educação Superior 2022 apontam que, em 2022, 72% dos alunos que foram aprovados no ensino superior privado optaram por estudar à distância.

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Preferência pelo EAD

  • As informações do Censo da Educação Superior 2022 foram divulgadas nesta terça-feira (10) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
  • De acordo com o levantamento, nas licenciaturas (cursos de formação de professor), o índice de optantes pela modalidade EAD foi ainda maior: 93,2%.
  • Desde 2020, o ensino à distância ultrapassou o ensino presencial no quesito “ingressantes”.
  • O número de novos alunos que escolheram fazer faculdade à distância cresceu 20% entre 2021 e 2022: saltou de 3,9 milhões para 4,7 milhões.
  • Já a quantidade de cursos EAD no ensino superior triplicou em 4 anos: foi de 3.177 graduações em 2018 para 9.186 em 2022.
  • Os índices do Censo, referentes a professores, alunos e instituições de ensino, servem para embasar novas políticas públicas e desenhar um panorama da educação brasileira.
  • As informações são do G1.
Ilustração do segmento de e-learning
EAD (Imagem: Rido/Shutterstock)

O que leva os estudantes a escolher o ensino à distância?

O crescimento do ensino à distância, no entanto, gera preocupação de especialistas. Eles apontam a regulação frágil do setor e a dificuldade de mensurar a qualidade dessas graduações como problemas a serem combatidos.

Os mecanismos atuais de avaliação de cursos não levam em conta, por exemplo, o tipo de plataforma on-line usada pelas instituições de ensino e o tempo dedicado a aulas “síncronas”, em que os alunos podem interagir em tempo real com os professores. A tendência é que as faculdades gravem o material didático apenas uma vez e o vendam para um número cada vez maior de interessados.

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Por decisão do governo federal, 16 cursos superiores não podem ser feitos à distância. Quatro já estão suspensos (enfermagem, direito, odontologia e psicologia) e outros 12 ainda passam por debate, por meio de consulta pública.

O Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil, destaca que a modalidade à distância “tem sido mais atrativa por trazer flexibilidade em termos de local e horário [para o aluno estudar], mas principalmente por ser oferecida com mensalidades muito, muito mais baratas”.