Existe um animal imortal! Você sabe qual é?

Este animal é capaz de fazer o relógio biológico retroceder, criando células infantis, mesmo que já tenha se reproduzido sexualmente
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 13/10/2023 03h20, atualizada em 13/10/2023 09h50
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Imagem: CalypsoArt/Shutterstock
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A fonte da juventude já foi tema de várias obras de ficção. Mas ela existe de verdade na natureza. A Turritopsos dohrnii, também conhecida como medusa imortal, é o único animal de que se tem conhecimento no mundo que possui uma espécie de mecanismo de renascimento. Isso despertou o interesse de cientistas que tentam entender como funciona esse processo e como adaptá-lo aos seres humanos, retardando o nosso envelhecimento.

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A medusa imortal

  • A minúscula criatura marinha pode fazer seu relógio biológico retroceder, criando uma massa de células infantis (mesmo que já tenha se reproduzido sexualmente).
  • De volta a seu estado juvenil, a medusa também consegue se reproduzir assexuadamente, clonando pólipos de si mesma, o que lhe atribui duas formas de propagar seu material genético.
  • A imortalidade biológica não protege esses animais de predadores, como caracóis marinhos, crustáceos e minhocas do mar.
  • Mas é justamente ao se sentirem ameaçadas que as medusas adultas recuam seu relógio genético para virarem novamente larvas.
  • Reduzidas a uma fina camada de células e tecidos, elas navegam quase imperceptíveis pelo oceano, em busca de abrigo, como uma rocha ou uma lâmina de erva marinha onde possa se fixar.
As medusas imortais têm de 1 a 4 mm de diâmetro (Imagem: zaferkizilkaya/Shutterstock)

É possível copiar esse “superpoder” para os humanos?

A ciência descobriu todos esses processos apenas em um estudo realizado em 2022, no qual foi analisado gene por gene do animal. Mas a principal questão ainda era como replicar esse mecanismo da imortalidade nos humanos.

Ferramentas de bioinformática e genômica comparativa foram utilizadas para revelar as variações envolvidas da vida longa e regeneração necessárias. Também foi investigada a manutenção dos telômeros, terminações cromossômicas que se “desenrolam” à medida que criaturas envelhecem, diretamente ligados à longevidade, inclusive em humanos.

No estudo, os pesquisadores também identificaram que as Turritopsos dohrnii podem mudar a expressão gênica por um processo chamado desdiferenciação, que “reinicia” seu relógio biológico.

Mas para infelicidade de muitos, a conclusão foi que é impossível replicarmos esse sistema em corpos humanos. Pelo menos por enquanto, continuaremos seres mortais.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.