Guerra dos chips: visando Nvidia, EUA endurecem restrições

Governo dos EUA está preparando novas medidas para evitar que a proibição de venda de chips para a China seja contornada por empresas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 16/10/2023 14h29, atualizada em 07/11/2023 12h14
Guerra dos chips entre EUA e China
Imagem: William Potter/Shutterstock
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O governo dos Estados Unidos está preparando algumas medidas para evitar que a proibição de venda de chips semicondutores para a China seja contornada por empresas. As novas regras devem ser anunciadas oficialmente pela Casa Branca ainda nesta semana e fazem parte do mais recente episódio da chamada “guerra dos chips“.

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Chip da Nvidia pode ter motivado ampliação das sanções

Apesar das sanções impostas contra Pequim, as autoridades dos EUA identificaram uma série de ações por parte de empresas para contornar as proibições. Por isso, a Casa Branca está finalizando um conjunto de novas novas regras que irá adicionar uma gama de novos produtos a lista de proibições.

Segundo informações da Reuters, o objetivo dos EUA é impedir que a Nvidia venda o chip H800 para os chineses. A empresa desenvolveu a tecnologia após a imposição das primeiras sanções da Casa Branca contra Pequim. No entanto, segundo o governo norte-americano, essa tecnologia não deveria ser enviada para a China.

Com as mudanças, as empresas precisarão informar ao Departamento de Comércio norte-americano sobre os produtos vendidos aos chineses mesmo que eles não se enquadrem na lista de proibições de exportação. A Casa Branca, então, analisará caso a caso para determinar se a venda representa risco à segurança nacional.

Pessoa vestindo equipamentos de segurança segurando chip com pinça
Guerra dos chips coloca Estados Unidos e China em disputa pela hegemonia tecnológica (Imagem: H_Ko/Shutterstock)

Disputa entre EUA e China

Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.

Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.

Além disso, cidadãos americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.

Importância dos chips semicondutores

  • Nos últimos anos, os chips semicondutores se tornaram uma força vital da economia moderna e o cérebro de todos os dispositivos e sistemas eletrônicos, de iPhones até torradeiras, data centers a cartões de crédito.
  • Um carro novo, por exemplo, pode ter mais de mil chips, cada um gerenciando uma operação do veículo.
  • Os semicondutores também são a força motriz por trás das inovações que prometem revolucionar a vida no próximo século, como a computação quântica e a inteligência artificial, como o ChatGPT, da OpenAI.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.